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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

CARTA DA MULHER DE SANTANA MOTIVOU 23ª FASE DA LAVA-JATO


A 23ª fase da Lava Lato, deflagrada nesta segunda-feira (22), surgiu a partir de documentos apreendidos na 9ª etapa da operação. Entre eles, estava uma carta de Monica Moura, mulher e sócia do marqueteiro João Santana, endereçada ao engenheiro Zwi Skornicki, apontado como um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras.

Na carta, havia um contrato entre a offshore (empresa no exterior) Shellbill Finance S.A., que aPolícia Federal acredita ser dos publicitários, e uma offshore ligada à Odebrecht, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato. O texto diz que não há cópias eletrônicas do contrato (veja abaixo).

Investigadores suspeitam que João Santana, que atuou em campanhas eleitorais do PT, foi pago com propina de contratos da Petrobras. Ele teria recebido US$ 7,5 milhões entre 2012 e 2014, por meio de uma conta secreta na Suíça.

Bilhete escrito pela esposa de João Santana sobre dados de contas bancárias (Foto: Reprodução)Bilhete escrito pela esposa de João Santana sobre dados de contas bancárias (Foto: Reprodução)
 
Veja a transcrição completa:

Zwi/Bruno
Mando cópia do contrato que firmei com outra empresa como modelo. Acho que o nosso pode ser simplificado, este é muito burocrático, mas vcs que sabem.
Apaguei, por motivos óbvios, o  nome da empresa. Não tenho a cópia eletrônica, por segurança.
Espero notícias.
Segue também os dados de minha conta com duas opções de caminhos. 
Euro ou dólar. Vcs escolhem o melhor.
Grata.
Abs.
Mônica Santana

A carta indicou números de contas do Citibank em Nova York e em Londres, que correspodiam a uma conta na Suíça. O banco permitia operações em dólar e euro por meio de contas conveniadas nos Estados Unidos e no Reino Unido. “O dinheiro foi depositado através dessas contas correspondentes, mas o beneficiário final foi a sua conta na Suíça”, disse Filipe Pace, delegado da PF.

Essa conta dos publicitários, em nome da Shellbill, não foi declarada às autoridades brasileiras, segundo o Ministério Público Federal (MPF). A offshore tem sede no Panamá.

João Santana e Monica tiveram a prisão temporária decretada, mas ainda não foram presos porque estão na República Dominicana. O advogado deles disse que os dois já agendaram a volta ao Brasil, o que deve ocorrer nesta segunda-feira.

G1

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