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sábado, 23 de setembro de 2017

A crise que não acaba atiça o cheiro de pólvora


Pelo jeito, militares são previsíveis até na escolha do sobrenome. Se um general Mourão, o Olímpio, desencadeou o golpe militar de 1964, vem agora outro general Mourão, o Antonio, falar em “intervenção militar”, que é o novo eufemismo para golpe. Ser previsível é característico da disciplina e da rotina militar. Para o bem e, como nesse caso, para o mal.

Previsíveis que são, os militares não são de cometer desatinos. Se o general Antonio fala em “intervenção”, se depois não é punido e se o comandante do Exército, Eduardo Villa Boas, chega a admitir, na entrevista que deu a Pedro Bial na TV Globo, a possibilidade de os militares intervirem diante da ameaça de caos, fica evidente que a fala do segundo Mourão não foi um deslize. Mas um recado.

Desde que se inviabilizaram as condições políticas de Dilma Rousseff, o país tem bordejado os limites da legalidade para sair da crise em que se enfiou. Para alguns, o impeachment foi um golpe parlamentar. Sem entrar aqui no mérito, já que o processo respeitou os preceitos da Constituição, foi fato também que houve dificuldade para definir sobre Dilma o crime de responsabilidade. Tanto que, ao final, o Senado chegou à esdrúxula saída de retirar o mandato dela mantendo seus direitos políticos, um fatiamento da pena que somente uma leitura muito enviesada do texto constitucional permitia.


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