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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

‘CPI da JBS deve ouvir Rocha Loures e Aécio’

ATAÍDES OLIVEIRA: Senador Ataídes Oliveira, presidente da CPI da JBS  
© DIDA SAMPAIO/ESTADAO Senador Ataídes Oliveira, presidente da CPI da JBS

BRASÍLIA - O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), disse ao Estado que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-assessor do presidente Michel Temer e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) podem ser ouvidos na comissão. “Se alguém aparecer com requerimento, vou colocar em votação. Não há dúvida.” Ambos são citados na delação do Grupo J&F, que controla a JBS.

A CPI perdeu sentido após a rescisão do acordo de delação e prisão de executivos da J&F?

Ao contrário. Agora nos deu mais entusiasmo e determinação para ir a fundo e trazer à tona a negociação da delação superpremiada. Tirar esse manto que ainda há sobre a delação.
O sr. vê necessidade de rever a legislação que trata de delação?
O instituto da delação muitíssimo me agrada. Se não fosse essa lei, a impunidade iria continuar reinando. Entretanto, não há nada que seja bom que não possa ser melhorado. Acredito que, ao fim dos trabalhos da CPI mista, haverá possibilidade de melhorar a lei. A história da quarentena para membros que deixam o Ministério Público, por exemplo.
O sub-relator, deputado Delegado Francischini (SD-PR), defende aval da PF para acordos de delação. O sr. concorda?
Estou plenamente de acordo. Não pode uma delação ser autorizada sem a participação da PF. Fica manco.
E sobre limites a benefícios e a restrição para assinatura de acordo por presos provisoriamente?
Se não fosse essa prisão preventiva, a Lava Jato não existiria mais. A prisão preventiva é fundamental para a investigação dos fatos. Ninguém é preso preventivamente por estar numa igreja rezando. Podemos melhorar a legislação e essa parte pode ser melhorada, mas ela me agrada. É a forma de se chegar aos fatos.
A CPI tem relator da tropa de choque de Temer e maioria da base. É controlada pelo governo?
Não sou funcionário do Planalto nem do PSDB. Sou extremamente independente. Não tenho um pingo de vaidade pelo poder, zero. Como presidente da CPI mista, jamais estaria a serviço do Planalto.
Quem deve ser ouvido?
Por enquanto devemos começar pelos procuradores Angelo Goulart e Marcello Miller.
E delatados, como Rodrigo Rocha Loures e Aécio Neves?
Não sei se tem requerimento para eles. Não vai sobrar pedra sobre pedra. Não vamos chamar agora o Lula nem a Dilma. O momento não é para chamá-los. Como presidente, eu poderia já pautar esses requerimentos, que já estão feitos. Mas não quero que a CPI mista vire palco de discurso político.
Ouvir os delatados não seria uma forma de esclarecer?
Sem dúvida. Vamos ouvir os delatados, além do Joesley e Wesley (Batista), o Ricardo Saud (ex-executivo da J&F), outros mais. Mas é muita gente.
E o Rocha Loures?
Não fiz o requerimento, mas acredito que tenha. Se tiver, vamos ouvir também.
O senador Aécio Neves também se enquadra nessa lógica?
Se alguém aparecer com requerimento, vou colocar em votação. Não há dúvida.

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