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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

“Está muito tarde para ser candidato e vejo o incrivel fenomeno Bolsonaro”, diz Flávio Rocha


A Revista EXAME conversou com o empresário Flávio Rocha, presidente da rede de lojas Riachuelo e fundador do movimento político Brasil 200 (alusão aos 200 anos de independência que o país completará em 2022). O movimento, lançado em janeiro, reúne empresários como Alberto Saraiva (Habib’s), Sônia Hess (Dudalina) e Antônio Carlos Pipponzi (Raia Drogasil), além de profissionais da iniciativa privada, com a proposta de uma agenda econômica liberal para o Brasil.

Rocha tem viajado Brasil afora para divulgar as ideias do movimento e tem sido sondado por diversos políticos – do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – para assumir uma candidatura em 2018. Ele nega que haja essa possibilidade . Na entrevista a seguir, Rocha explica os planos do Brasil 200 e por que não considera uma candidatura neste ano.


Mas há movimentos mundo afora pressupondo liberdade na economia e nos costumes, como é o caso do Livres no Brasil.
São libertários, que pressupõem ausência de Estado. Mas, para nós, do Brasil 200, é preciso haver um Estado mínimo. Não precisa ser uma carruagem estatal de 50 por cento do PIB, porque isso nos tira do jogo competitivo. O carrapato está maior que o boi. Quando isso acontece, os dois morrem junto. O boi fica exangue e o carrapato morre junto.

Quem se coloca hoje como o Macron brasileiro? O apresentador de tevê Luciano Huck?
Eu não daria ao Huck ainda o crédito de ser liberal. Estamos aí com uma nova tese, que serve à esquerda, de dizer que esse negócio de esquerda e direita está superado. É antigo, porque os países decidiram 50 anos atrás que iam ser liberais ou estatizantes. Estamos postergando, empurrando com a barriga essa decisão há 50 anos. Por isso a discussão de liberal ou estatizante no Brasil é mais do que atual. Não temos mais tempo para escolher se queremos seguir o lado da Coreia do Norte ou o da Coreia do Sul. Se nós queremos um Estado protagonista ou um Estado servidor.

Possível candidatura em 2018

O senhor já foi candidato a presidente e foi deputado. Tem vontade de voltar à política?
Isso é convocação, é chamamento. Acho que está muito tarde para ser candidato. De fato eu não tenho nem partido. Não tenho voto. Está tarde para construir a densidade eleitoral. Eu tenho a impressão que a gente consegue influir e ser muito mais decisivo, realmente contribuir, para a troca de ciclo, para a mudança no país, que está seriamente ameaçada, com o movimento Brasil 200. Se eu tivesse me lançado de paraquedas, inadvertidamente, e recitando essas ideias como candidato a presidência, nem de longe estaríamos tão próximos de fazer o gol como estamos agora, com a impressionante performance do Brasil 200.

Mas se fosse convocado, pensaria?
Não seria porque na hora que eu dizer que sou candidato imediatamente eu comprometeria o crescimento, a credibilidade e a capacidade de influenciar que o Brasil 200 tem agora. O Brasil 200 só está assim porque não está a serviço de um candidato. Está questionando, palpitando, botando o dedo na ferida, cobrando o porquê dessa lacuna na política. É inexplicável essa lacuna. Falta um Reagan no Brasil. Não um Macron. Falta um rosto que seja contraponto a esse triste período esquerdizante que o país está querendo deixar para trás. Esse contraponto não é só no economês. É no economês e nos costumes. Porque há uma demanda por ordem. E só isso justifica o incrível fenômeno Bolsonaro.

Recentemente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso cogitou seu nome para uma candidatura à Presidência em 2018. Se instado pelo ex-presidente, o senhor aceitaria concorrer – e em que condições?    
Não deixa de ser lisonjeiro. Um dos maiores homens públicos do país lembrou-se do meu nome. Infelizmente o sucesso do Brasil 200 deve-se ao fato da sua desvinculação a qualquer projeto eleitoral. Por isso estamos conseguindo ser ouvidos e respeitados.

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