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sábado, 25 de maio de 2019

Cangaceiro Azulão: Morto em emboscada em 10/06/1927 no RN

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Passagem de Lampião pelo RN foi marcado por saques, sequestros, mortes, confrontes e debandada entre o Bando de Lampião, civis e a volante.
PASSAGEM DE LAMPIÃO POR MARCELINO VIEIRA/RN COM DESTINO A MOSSORÓ.
Vindo do estado da Paraiba, provavelmente de Esperança, Lampião e seu bando entrou no vilarejo de Vitória às marges de um riacho, num pé de serra, hoje um açude da localidade. Na tarde do dia 10 de junho de 1927 o grupo chegava na Vila Vitória, território que hoje pertence ao município de Marcelino Vieira. 
Ali se deu o confronto com a volante de Pau dos Ferros/RN que deu tempo montar uma emboscada. Narra a história pela literatura do cangaço naquela cidade que no confronto, um dos cangaceiro conhecido por Azulão I foi morto juntamente com um soldado. 
Naquela cidade foram encontrados reliquias, facas e punhais marcas do confronto que se encontra com um pesquisador e escritor.  

Fogo da Caiçara: o primeiro combate militar
A notícia de que o bando estava invadindo propriedades na Vila Vitória mobilizou a força militar. A polícia juntou homens para enfrentar os cangaceiros. O combate aconteceu no local onde hoje é o açude de Marcelino Vieira. “Por conta da seca é possível ver exatamente onde ocorreu o primeiro combate militar contra a invasão do bando no estado. Essas plantas que estavam cobertas de água ainda podem testemunhar esse fato”, disse o historiador Romualdo Carneiro ao mostrar as marcas de tiros que ficaram nos pés de canafístulas.
Quando o combate começou a caatinga se acinzentou com a queima da pólvora dos rifles e espingardas dos dois grupos em guerra. O agricultor Pedro Felix ouviu o pai contar como foi: “Muito tiro. Muito tiro. Chega assombrava o povo que só pensava em fugir”.
O escritor Sergio Dantas, conta em seu livro “Lampião e o Rio Grande do Norte: a história da grande jornada”, que o tiroteio durou trinta minutos. Os cangaceiros, em maior número e treinados na guerrilha da caatinga, puseram a frota militar ao recuo. No confronto morreram o soldado José Monteiro de Matos e um cangaceiro conhecido como Azulão.
Fim da festa, não do medo
Não demorou para o bando chegar ao povoado de Boa Esperança, local onde hoje é o município de Antônio Martins. O ataque aconteceu em frente a igrejinha da comunidade onde acontecia a festa de Santo Antônio. “Em vez de recepcionar a banda de música para a novena do padroeiro os devotos foram surpreendidos com a chegada dos cangaceiros que bagunçaram as casas, saquearam o comércio, quebraram melancia na cabeça do dono e acabaram com a festa”, contou o historiador Chagas Cristovão.
O massacre
Eram altas horas da noite do dia 11 de junho quando o bando entrava na Vila de Lucrécia. Uma das casas invadidas na Fazenda Serrota continua preservada. Na janela estão as marcas de tiros e nas paredes os retratos daqueles que estiveram frente a frente com Lampião. “Quem morava aqui eram meus avós Egidio Dias e Donatila Dias. Eles amarraram Egídio Dias e levaram ele lá pro Caboré.”, contou o aposentado Raimundo Leite, que mora ao lado da antiga casa dos avós.
Caboré é um sítio que fica a poucos quilômetros da Fazenda. O prisioneiro teria sido levado por uma estrada de terra onde hoje é a RN 072. Os cangaceiros pediram dez contos de reis para poder soltar o fazendeiro. “Um grupo de mais de dez homens foi até lá pra tentar salvar Egídio, mas foi surpreendido por uma emboscada. Três homens acabaram mortos.”, relatou a pedagoga Antônia Costa.
No local do massacre foi construído um monumento em homenagem aos homens. Em Lucrécia eles são reconhecidos como heróis. “Todo dia 11 de junho tem programação na cidade em memória de Francisco Canela, Bartolomeu Paulo e Sebastião Trajano”, enfatizou a pedagoga.
O bando seguiu desafiando a caatinga. Os rastros de destruição ficavam pelas propriedades. Na manhãzinha do dia 12 eles entraram na Fazenda Campos, onde hoje é território de Umarizal. Na casa grande, que estava abandonada pelos donos amedrontados, eles ficaram pouco tempo até pegarem a estrada de novo. Uma marcha que parecia não ter fim.
Ainda no dia 12 pela manhã Lampião adentra o municipio de Caraubas e Sabino morto no Ceará pega como refem um fazendeiro da casa grande de Santana conhecido por Raimundo Gurgel, irmão de Antonio Gurgel que foi pegar resgate  em Mossoro no Banco do Brasil (desde 1923) que tinha um cunhado por gerente, pedido por Lampião para soltar seu irmão, hoje situada dentro do municipio desmembrado da comarca de Caraubas conhecida por Felipe Guerra, antes Serra de Abelhas parte baixa da cidade à beira rio, com parte dela dentro do território caraubense.
Horas depois do dia 12 eles chegaram ao povoado de São Sebastião, hoje Governador Dix Sept Rosado. “Meu pai conta que Lampião passou na Estação de Trem e fez muita bagunça. Aí o povo do sítio era tudo no mato com medo. Meu pai mesmo dormiu muitas noites no mato, com medo”, relembra seu Maurilio Virgílio, aposentado de 75 anos que hoje mora pertinho da Estação alvo dos ataques.

A estação foi alvo dos cangaceiros no povoado de São Sebastião (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
Os cangaceiros ainda saquearam o comércio, queimaram os vagões do trem e destruíram o telégrafo. Mas antes disso, um agente da Estação conseguiu mandar uma mensagem por telegrafo a pedido do motorista Gato para Mossoró informando que o bando estava a caminho para invadir.


Mossoró é alertada
13 de junho de 1927, dia em que Lampião e seu bando bateram em retirada de Mossoró.

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