O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes,
disse em um despacho que um processo aberto para apurar doações
irregulares no valor de R$ 52 milhões ao PT teria “sumido” do tribunal
por quase um ano. Segundo o despacho, um ofício datado de setembro de
2015 e assinado pelo então presidente do colegiado, ministro Dias
Toffoli, pedindo apuração das irregularidades também não teria sido
concretizado. No despacho autorizado na semana passada, Gilmar
determinou a reconstituição do processo para que as irregularidades,
apontadas por ele próprio no ano passado, sejam apuradas.
Na denúncia formulada em agosto, Gilmar entregou ao então corregedor
João Otávio de Noronha documentos da Operação Lava Jato que remetiam a
suspeita de que o PT teria recebido indiretamente recursos de campanha
provenientes da Petrobraso que é proibido. Na ocasião, ele também pedia
providências para que o registro do partido fosse cassado.
Em agosto, a denúncia foi encaminhada para Toffoli tomar as
providências necessárias sobre o caso. Em maio deste ano, ao assumir a
presidência do TSE, Mendes não teria encontrado o processo. O PT disse
desconhecer algum pedido de cassação de seu registro que “não vê motivos
para adoção desta medida, pois todas as suas operações financeiras são
feitas dentro da legalidade”.