Pré-candidato à reeleição pelo PSD, o governador Robinson Faria acusou “ex-governadores” do Rio Grande do Norte, em uma clara referência aos senadores Garibaldi Alves Filho (MDB) e José Agripino Maia (DEM), de “boicotarem” seu governo em Brasília, ao dificultarem a liberação de recursos para o Estado.
Em entrevista à rádio 96 FM, Robinson denunciou que os
ex-governadores teriam influenciado ministros do Tribunal de Contas de
União a vetar, apesar de o presidente Michel Temer (MDB) ter autorizado,
o envio de R$ 600 milhões para o Rio Grande do Norte, dinheiro que
poderia ser usado no pagamento dos salários de servidores públicos.
Confira os pontos da entrevista:
CRISE ECONÔMICA
“O Rio Grande do Norte foi o estado do Nordeste que mais empobreceu ao
longo dos últimos 14 anos. Me entregaram o Estado quebrado, destruído.
Aliado a isso, pegamos sete anos de seca. O Brasil quebrou também e, com
isso, caiu a arrecadação dos repasses constitucionais. E tivemos ainda a
Petrobras quebrada, que era um braço forte de nossa economia. Tudo isso
de uma só vez”.
ERROS DE GESTÕES PASSADAS
“Os estados vizinhos tiveram planejamento, preparação e enxugamento da
máquina, o que lhes deram condições de enfrentar a crise,
independentemente da situação nacional. No RN, foi o contrário: houve
muita gastança, e eu recebi um estado totalmente quebrado. A
ex-governadora [Rosalba Ciarlini], quando estava terminando o mandato,
teve de pagar a folha usando o dinheiro do fundo previdenciário. Agora,
nós conseguimos, mesmo sem vender patrimônio e sem demitir nenhum
servidor público, atravessar a crise. Faltam apenas R$ 100 milhões para
colocarmos as finanças em dia, ou seja, colocar a despesa dentro da
receita”.
“BOICOTE DO ACORDÃO”
“Os ex-governadores que quebraram o Rio Grande do Norte, e que agora
estão unidos em torno de mais um Alves, estão com saudade de quebrar
mais o Estado. Quando fui a Brasília tentar regularizar a folha, fiquei
só. Consegui até uma medida provisória de R$ 600 milhões, mas era eu
saindo de uma porta e eles entrando na outra para falar com os ministros
do TCU para não liberar o dinheiro. Eu posso provar e vou mostrar quem
foram eles. Eu tenho testemunha. Os próprios ministros disseram que
ficaram indignados com os políticos que foram lá para não liberar o
dinheiro para pagar o servidor. Era para a folha estar em dia há muito
tempo, se eu não tivesse sido boicotado pelo acordão Alves, Maia e
Rosado”.
CARLOS EDUARDO E ROSALBA
“É o candidato das famílias Alves, Maia e Rosado, que estão formando o
‘acordão dois’, que reúne as famílias que quebraram o Estado. O
ex-prefeito de Natal cometeu um estelionato eleitoral: se elegeu
prefeito e depois abandonou a cidade, deixando no lugar um vice-prefeito
que nem de Natal é. Esse candidato disse que vai botar a folha em dia,
mas demitindo servidor. Ele disse isso em uma rádio em Apodi. Ele vai
ter o troféu de governador carrasco, se for eleito. Mas, para a sorte do
servidor, ele não será eleito”.
CRÍTICAS AOS ADVERSÁRIOS
“Eu enfrentei três rebeliões e mais uma greve de policiais e ninguém
chegou para me ajudar. Onde estava Fátima Bezerra? Se escondeu. Onde
estava o prefeito de Natal, cidade onde ônibus estavam sendo incendiados
e o comércio atacado? O ex-prefeito se escondeu, não deu um telefonema.
Ficou foi torcendo contra. E ainda veio à rádio para criticar a
polícia. Ele pensava somente na ambição desvairada de ser candidato ao
Governo. Preferiu ficar escondido covardemente”.
SEGURANÇA PÚBLICA
“Eu elegi essa área como a política pública principal do meu governo. E
eu procurei fazer o meu dever de casa. Promovi policiais, cumpri todas
as demandas reprimidas que havia com a Polícia Civil e acabei de lançar o
concurso para 1 mil novos policiais militares. Dobramos o investimento
na área de segurança pública. Alugamos e compramos automóveis e fizemos o
Ronda Cidadã e o Ronda Integrada. Mas isso não foi suficiente porque a
segurança hoje é uma guerra nacional”.
ALCAÇUZ
“Foi construída pelo ex-prefeito de Natal na gestão dos Alves. Era um
castelo de areia, de onde se fugia cavando um túnel com as mãos. Por
isso teve tanta fuga. Alcaçuz virou um caos, um caldeirão do diabo.
Paguei o preço de uma gestão incompetente, que construiu o presídio em
cima de uma duna. Mas, em poucos meses, transformei um castelo de areia
em um presídio de segurança máxima. Foi do caos ao case. Hoje é um
modelo de sucesso. E vai ser inaugurada agora em Ceará-Mirim uma nova
cadeia pública, com mais de 600 vagas e ainda com capacidade de
ampliação. Fiz também concurso para agentes penitenciários”.