O delegado da Polícia Federal Victor Hugo Rodrigues, da Operação Tendão de Aquiles, definiu os irmãos Joesley e Wesley Batista como 'pessoas que têm a personalidade voltada para a prática reiterada de crimes'. O juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, expediu ordens de prisão contra Wesley e Joesley.
Joesley
já está preso temporariamente por ordem do ministro Edson Fachin, do
Supremo Tribunal Federal, por suspeita de violação de sua delação
premiada.
Na Tendão de Aquiles, os irmãos são investigados pelo
uso indevido de informações privilegiadas em transações no mercado
financeiro ocorridas entre abril e 17 maio de 2017, data de divulgação
de informações relacionadas a acordo de colaboração premiada firmado por
ambos os presos e a Procuradoria-Geral da República.
"Nós
entendemos que é, sim, um caso de prisão preventiva dos dois irmãos,
porque nós estamos diante de duas pessoas que são criminais confessos.
Eles procuraram as autoridades e confessaram que corromperam centenas ou
até talvez mais de mil servidores públicos e agentes politicos. Eles
procuram as autoridades e se dizem arrependidos por esses crimes. Eles
se comprometem a não mais praticar delitos e também ajudar na apuração
dessea crimes. Agora, as investigações comprovam que de um lado eles,
depois de fechar o acordo de colaboração, continuaram praticando crimes,
de outro parece que há provas que não foram apresentadas no acordo de
colaboração", disse.
"Então, tudo indica e o inquerito confirmou
que nos estamos diante de pessoas que têm a personalidade voltada para a
prática reiterada de crimes. Pessoas que já foram objeto de seis
operações da Polícia Federal simultâneas não pararam de delinquir
certamente não vão parar de delinquir com a sétima operação. A prisão
preventiva ainda que seja uma medida dura é a única que consegue fazer
com que cessem finalmente de cometer crimes."
COM A PALAVRA, PIERPAOLO BOTTINI, QUE DEFENDE OS IRMÃOS BATISTA
"É
injusta, absurda e lamentável a prisão preventiva de alguém que sempre
esteve à disposição da justiça, prestou depoimentos e apresentou todos
os documentos requeridos. O Estado brasileiro usa de todos os meios para
promover uma vinganca contra aqueles que colaboraram com a Justiça."