Mais de 4 milhões de
animais serão retirados do local onde estão para serem queimados.
Animais apresentaram mutação do novo coronavírus
O governo social-democrata da Dinamarca chegou a um acordo com seus
aliados de centro-esquerda para desenterrar e, em seguida, incinerar mais de 4 milhões de visons mortos depois de apresentarem uma mutação do vírus que provoca a covid-19.
Desde o início de novembro, a Dinamarca sacrificou todos os seus visons (mais de 15 milhões),
quando uma nova cepa do vírus foi detectada. Essa variação enfraquece a
capacidade de criar anticorpos e poderia comprometer a eficácia de
vacinas futuras.
Embora a maioria dos animais tenha sido cremada, as autoridades abriram
duas valas comuns em instalações militares no oeste do país para
acelerar o processo.
As imagens de centenas de animais vindo à tona devido ao efeito dos
gases que surgiram há algumas semanas e a constatação de que alguns
haviam sido enterrados a menos de 300 metros de um lago, supostamente
infringindo protocolos ambientais, causaram reclamações da maioria dos
Parlamento dinamarquês.
As autoridades ambientais estimam que não há perigo de contaminação da
água. Por isso, o governo e seus aliados concordaram em desenterrar os
visons em até seis meses, quando não houver mais risco de infecção.
Assim, poderão ser incinerados como lixo industrial.
O processo decorrerá entre o final de maio e meados de julho e tem um
custo estimado de cerca de 11 milhões de euros (R$ 57 milhões).
Escândalo político
A polêmica sobre a cobertura jurídica de uma ordem do governo de
eutanásia de todos os animais, e não apenas os infectados ou localizados
nas proximidades, causou uma tempestade política que terminou com a
renúncia, há um mês, do ministro da Agricultura, Mogens Jensen.
O Executivo promoveu uma lei, que será aprovada hoje no Parlamento,
proibindo a criação de visons até o final de 2021, embora já se tenham
passado semanas desde que considerou a mutação extinta e levantou as
restrições temporárias na área mais afetada.
O fechamento da indústria de peles, que emprega cerca de 6.000 pessoas,
gerou diversos protestos de fazendeiros de visons, apoiados pela
oposição de direita, enquanto o valor da indenização ao setor continua
sendo discutido.