O ministro Herman Benjamim, relator da ação que pede a cassação da chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), iniciou na tarde desta quinta-feira, 6 a análise das provas no
processo que embasam seu voto. Ao citar delações de ex-diretores da
Petrobras investigados pela Operação Lava Jato, Herman apontou uma “triangulação de pagamentos que viola a lei”.
Para ele, “o financiamento de campanha mediante doações oficiais de
empreiteira contratadas pela Petrobras” é apontado como um “sofisticado
esquema de arrecadação de dinheiro público”. “E se é um sofisticado
esquema de arrecadação de dinheiro público, significa que é caixa 2”,
afirmou. “Dinheiro desviado da Petrobras financiou as campanhas dos
referidos, não se podendo olvidar que os dois partidos que mais
receberam dinheiro foram o partido da ex-presidente Dilma Rousseff, o
PT, e de Michel Temer o PMDB.”
O ministro enalteceu o trabalho da Operação Lava Jato como fator
determinante para a interrupção de esquemas de corrupção eleitoral no
Brasil. Ele afirmou que os “pagamentos teriam continuado por até dez
anos”, não fossem os avanços do Ministério Público Federal (MPF).
Benjamin citou como exemplo o depoimento do delator Sérgio Machado,
ex-presidente da Petrobras Transporte S.A. (Transpetro). O ministro
recomendou que todos leiam o depoimento de Machado na operação na
íntegra. “O depoimento traz a história da corrupção no Brasil.”
O relator ainda explicou sobre como o caixa 1 era usado para
legalizar as contribuições ilícitas de campanha. “Na época da eleição, a
maioria das contribuições transitava pelo partido, que é maneira mais
fácil de oficializar a doação”, afirmou.
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