Suspeito
de envolvimento em um milionário escândalo de fraude e lavagem de
dinheiro, levado coercitivamente pela PF nesta sexta-feira, o pastor
Silas Malafaia passou os últimos meses se queixando da falta de
dinheiro. Malafaia esteve atolado em renegociações de dívidas da igreja,
enfrentou uma queda brutal nas vendas de seus livros e de sua editora,
além de uma tal redução nas colaborações (dízimos) que ele já via
ameaçada a continuidade de sua congregação.
Pelo menos é isso que esse milionário empresário e pregador , citado
pela “Forbes” em 2013, dizia ao seu círculo mais próximo dentro da
congregação Vitória em Cristo, igreja que ele comanda e que conta com
cerca de 10 mil membros (a igreja diz que são 13 mil). Segundo Malafaia,
por causa da crise financeira que o Brasil vem atravessando nos últimos
tempos, estava faltando dinheiro para pagar aluguéis, fornecedores e
muito menos o caro horário que alugava na RedeTV!.
As igrejas, dizia, estavam sendo muito afetadas pelo desemprego e
pela falta de esperança dos brasileiros (como esta coluna antecipou em
março). O atraso no pagamento chegou a fazê-lo perder temporariamente o
programa na RedeTV, retomado após renegociação
Em crise, o pastor iniciou uma campanha para arrecadar mais fundos
junto aos fiéis. “Ajude a espalhar a nossa palavra”, bradava ao público,
insistindo por doações para manter a custosa “televangelização” (ele
também tem um horário dominical na Band).
Não é possível vaticinar se a coerção da PF desta sexta (16) terá
algum efeito sobre a congregação para a qual Malafaia prega. Em outros
escândalos envolvendo missionários brasileiros –como o casal Hernandes,
da Renascer, ou o apóstolo Valdemiro da Mundial–, os fiéis até
estremeceram, mas não desapareceram após as denúncias.
Na abertura de sua apresentação na internet, Malafaia explica
professoralmente que: “os princípios e os valores éticos, morais e
espirituais da Igreja de Cristo são a sustentação para um ministério
atuante em segmentos fundamentais para a divulgação do evangelho, como
as áreas televisiva, editorial e fonográfica.”