A Petrobrás vai levar de dois a três anos para concluir o processo de recuperação financeira, disse nesta quinta-feira, 28, o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, que lançará em três meses um pacote de desinvestimento de refinarias para reduzir o pesado endividamento da estatal. A empresa teve lucro de R$ 25,8 bilhões em 2018, o primeiro desde que vieram à tona os escândalos de corrupção da Operação Lava Jato, há quatro anos. Mas, para o executivo, o resultado equivale a um prejuízo, já que não remunera o capital investido pelos acionistas.
“Apresentamos lucro contábil, e contabilidade não dita decisões econômicas. No momento, apesar de pagar dividendos, na prática, não estamos conseguindo cumprir com nosso dever (de dar retorno)”, afirmou Castello Branco, ao detalhar o resultado financeiro de 2018. Mais cedo, em teleconferência com analistas, o executivo reclamou da exigência de distribuir um valor mínimo de dividendos aos acionistas, sendo o maior deles a União, em vez desse recurso ser liberado para colocar as contas da estatal em dia.
Castello Branco disse que vai ficar “muito satisfeito” quando conseguir equiparar o endividamento da Petrobrás à sua geração de caixa e ao patamar de suas concorrentes. Para isso, pretende acelerar a venda de ativos. Além das refinarias, a empresa anunciou a venda de campos maduros e em águas rasas. Quer ainda se desfazer de algumas usinas termoelétricas.