O acordo de delação firmado entre o publicitário Marcos Valério e a Polícia Federal, que detalha um esquema conhecido como mensalão tucano,
também atinge os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra
(PSDB-SP), além dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e
Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Segundo a Folha apurou, a colaboração com a PF
incorpora 60 anexos (relatos de episódios de supostas irregularidades)
que haviam sido rejeitados pela Procuradoria-Geral da República e pelo
Ministério Público de Minas Gerais. O novo acordo ainda ampliaria a
lista de implicados.
A delação, assinada neste mês, foi enviada ao STF (Supremo Tribunal
Federal) e depende de homologação. Não está claro quais episódios serão
considerados e investigados pela PF.
Valério escreveu a delação à mão na prisão e teve os anexos
posteriormente digitados. Os relatos contêm erros de grafia, além de
equívocos em nomes de personagens e datas.
Condenado a mais de 37 anos de prisão pelo mensalão, Valério também é
réu acusado de operar desvios por meio de suas agências de publicidade,
a SMP&B e a DNA Propaganda, para financiar a fracassada campanha de
reeleição do então governador mineiro, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998.