Joe Biden só vai assumir o comando dos Estados Unidos em 20 de
janeiro, mas já estabeleceu que sua prioridade assim que chegar à Casa
Branca será desfazer uma série de medidas tomada pelo antecessor, Donald
Trump.
Áreas como política externa, mudança climática e, principalmente, o combate à pandemia de coronavírus devem concentrar a atenção do novo presidente no início do mandato.
O democrata passou a maior parte deste domingo (8), primeiro dia após a confirmação da vitória nas eleições,
em sua casa em Wilmington, no estado de Delaware, e saiu apenas para ir
à missa —ele é católico— e para visitar o túmulo dos filhos.
Para esta segunda-feira (9), no entanto, Biden já avisou que fará o
primeiro grande anúncio de seu governo, nomeando uma força-tarefa para
combater a Covid-19 nos EUA.
O médico Vivek Murthy, que trabalhou na gestão de Barack Obama, deve
ser um dos líderes do grupo e responsável por defender publicamente o
uso da máscaras e outras medidas de distanciamento social.
O objetivo do democrata, assim, é estabelecer desde o início da
transição um contraste com Trump. O republicano minimizou a gravidade da
pandemia diversas vezes e entrou em confronto com médicos e cientistas
sobre quais as melhores formas de tratamento e prevenção.
Segundo a imprensa americana, Biden quer mostrar à população do país e
ao mundo que vai trabalhar com seriedade e que sua gestão será muito
diferente da do republicano. Assessores já analisam, inclusive, quais
medidas criadas por Trump poderão ser desfeitas logo após o novo
presidente tomar posse.
A ideia é que Biden use ordens executivas —uma prerrogativa do cargo,
semelhante à medida provisória no Brasil— para cancelar decisões do
antecessor. O democrata deve usar o mecanismo para recriar regulações
ambientais eliminadas por Trump e para estimular a produção de
suprimentos que podem ser usados no combate ao coronavírus.