Jucá é alvo de outros 12 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (Foto: Arquivo/Folha)
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia contra o senador Romero Jucá (MDB-RR), tornando o parlamentar réu no âmbito das investigações relativas à Odebrecht. Foram quatro votos favoráveis à aceitação da denúncia, faltando somente a posição de Luiz Fux, que não estava presente. Este é o primeiro inquérito aberto com base nas delações da Odebrecht que evolui para uma ação penal. Durante o julgamento ontem, 13, o subprocurador da República Juliano de Carvalho defendeu o recebimento total da denúncia. Ele afirmou que “há indícios suficientes de que a campanha eleitoral foi financiada em parte pela construtora Odebrecht e por isso Jucá esteve à disposição na tramitação das medidas provisórias”.
De acordo com o relator do caso, ministro Marco Aurélio, a denúncia atende e contém descrição do cometimento "em tese criminoso". "Foram colhidos indícios suficientes. Não há dúvidas na atuação de Jucá pela aprovação das medidas provisórias", disse o ministro. A ministra Rosa Weber acompanhou o relator, afirmando entender que há indícios suficientes de autoria e que as "questões relevantes" colocadas pela defesa poderão ser examinadas na ação penal.
Autor do último voto, o ministro Alexandre de Moraes, mesmo sem quebrar a unanimidade, fez a ressalva de que o ônus de provar o cometimento do crime é do Ministério Público. Em seguida, fez uma defesa da classe política. "Não se pode transformar a atividade política em criminosa tão somente pelo relacionamento", disse. Com a decisão, começa agora a fase de instrução da ação penal, em que são ouvidas as testemunhas e coletadas provas. O senador e o Ministério Público também irão se manifestar. Apenas ao final dessa fase ocorre o julgamento final, que dirá se ele será condenado ou absolvido pelos crimes dos quais foi acusado.
Por Folha Web