Após
calotes de Venezuela e Moçambique, no ano passado, Angola pode ser a
próxima a atrasar pagamentos de empréstimos do BNDES que financiaram
obras de empreiteiras brasileiras. No total, o banco tem US$ 4,3 bilhões
a receber de dívidas nessa modalidade, sendo US$ 2 bilhões de
Venezuela, Moçambique e Angola.
Desde 1997, o banco liberou US$ 10,5
bilhões para 15 países e obteve US$ 8,2 bilhões de retorno, incluindo
juros.
A conta dos atrasos, na verdade, ficará com o Tesouro Nacional, pois
as operações têm seguro, coberto pelo Fundo de Garantia à Exportação
(FGE). Vinculado ao Ministério da Fazenda, o fundo é feito para garantir
esse tipo de empréstimo. Nos financiamentos de longo prazo no exterior,
é normal haver participação dos governos no crédito ou nas garantias,
dizem especialistas.