A dificuldade para encontrar uma fonte de recursos para tirar
do papel o substituto do Bolsa Família deve fazer com que o martelo
sobre o novo programa só seja batido efetivamente após as eleições
municipais de novembro.
O impasse em torno do lançamento do Renda Cidadã, como o programa tem
sido chamado agora, fez até com que o vice-presidente Hamilton Mourão
defendesse na quinta-feira a criação de um imposto para bancar os custos
e deixar essa despesa de fora da regra que limita o avanço dos gastos
públicos.
— Vamos olhar uma coisa aqui de uma forma muito clara. Se você quer
colocar em um programa social mais recursos do que o existente, você só
tem duas direções: ou você vai cortar gastos de outras áreas e
transferir esses recursos para esse programa ou, então, você vai sentar
com o Congresso e propor algo diferente, uma outra manobra que seja, por
exemplo, fora do teto de gastos, um imposto específico para isso e que
seja aceito pela sociedade como um todo. Não tem outra solução, ou então
mantém o status quo — disse Mourão.