Se a eleição presidencial fosse hoje no Brasil, Jair Bolsonaro (sem
partido) seria reeleito para mais quatro anos de mandato. No primeiro
turno, ele tem vantagem de 12 pontos percentuais em relação ao segundo
colocado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Já em um eventual segundo turno, o atual presidente aparece com pelo
menos sete pontos de vantagem contra Lula e contra o apresentador
Luciano Huck (sem partido), os candidatos que mais rivalizam com
Bolsonaro.
Os dados são da mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, projeto que une
Exame Invest Pro, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA,
instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento
ouviu 1.000 pessoas entre os dias 10 e 11 de março. A margem de erro é
de três pontos percentuais para mais ou para menos. Clique aqui para ler
o relatório completo.
A sondagem é a primeira feita após decisão do ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, que anulou todas as condenações de
Lula na Lava Jato de Curitiba. Entre os entrevistados, 73% disseram que
tiveram conhecimento do julgamento do ministro do STF.
A decisão tornou o ex-presidente apto a concorrer novamente ao
Palácio do Planalto. Mesmo dizendo que não sabe se será candidato, Lula
fez um discurso, na quarta-feira, 10, em tom de disputa.
“Jair Bolsonaro segue favorito, mas não será simples nem para ele nem
para o ex-presidente Lula. Há uma demanda evidente de opinião pública
por uma terceira via. Maior mesmo se comparada aos tempos da polarização
PT-PSDB. Só falta a oferta”, avalia Maurício Moura, fundador do IDEIA.
A pesquisa EXAME/IDEIA testou três cenários de primeiro turno, todos
incluindo Bolsonaro e Lula. Nas sondagens, os dois são os que mais têm
chances de irem a um eventual segundo turno. A pesquisa também perguntou
se ambos merecem mais um mandato no comando do Brasil. Para 48%,
Bolsonaro não merece um segundo mandato, enquanto 46% acham que Lula é
quem não merece um terceiro mandato.
Na sondagem de segundo turno, foram testados quatro possíveis
cenários. Em uma disputa entre Bolsonaro e Lula, o cenário é de 44% a
37%, respectivamente. Já contra Huck, Bolsonaro tem 46% e o
apresentador, 37%. Quando o nome do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes
(PDT) aparece, ele recebe 34% das intenções de voto e o presidente, 45%.
Contra o governador de São Paulo (PSDB), Bolsonaro tem 47%, e João
Doria, 26%.
Maurício Moura destaca que, para crescer nas pesquisas, o
ex-presidente Lula precisa conquistar a população com maior renda. “Além
disso, para 54% dos brasileiros a anulação da sentença de Lula foi
injusta. O consenso no imaginário da opinião pública sobre sua inocência
é minoritário. O PT e Lula terão de reconquistar a classe média”,
afirma.
Exame