O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, viajou ao México para
participar neste sábado (18) da reunião de cúpula da Comunidade de
Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), e se expõe, assim, a ser
detido por ordem dos Estados Unidos.
Em março de 2020, o Departamento de Justiça americano acusou o
presidente venezuelano de crimes como “narcoterrorismo”, narcotráfico e
porte de armas, entre outros, e ofereceu US$ 15 milhões de dólares pela
sua captura. Desde então, Maduro – que costumava viajar para Cuba, sua
aliada política, ou para países do Caribe – tem evitado deixar a
Venezuela.
O anúncio da sua viagem foi feito pela diplomacia mexicana, que
recebeu o líder no aeroporto. Maduro celebrou a chegada pelo Twitter.
“Aterrissamos no México! Nós viemos trazer a verdade da Venezuela, de Bolívar, de Chávez e dos libertadores!”, afirmou.
A viagem ao México é a primeira de caráter oficial desde que o
presidente venezuelano foi acusado pela Justiça dos Estados Unidos. A
confirmação da participação de Maduro na Celac aconteceu a poucas horas
da reunião entre os chefes de Estado e de governo, chanceleres e
enviados dos 33 países que compõem o órgão.
Relações reaquecidas
O encontro será realizado no Palácio Nacional, na manhã deste sábado,
e aberto pelo presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador. As
relações entre os anfitriões e a Venezuela se reaqueceram após a chegada
ao poder do presidente de esquerda Andrés Manuel López Obrador.
Os dois líderes defendem o reforço da Celac para contrabalancear a
Organização dos Estados Americanos (OEA), que veem como um instrumento
dos Estados Unidos na América Latina.
O Brasil se retirou da Celac em março do ano passado, por
divergências ideológicas com os integrantes, e recusou o convite
mexicano para participar do evento, de qualquer forma. Entre os líderes
que já estão no país para a reunião do grupo está o presidente de Cuba,
Miguel Díaz-Canel.
Presença na ONU em Nova York
Mês passado, Maduro não hesitou em prometer comparecer à Assembleia
Geral da ONU, que se inicia na terça-feira (21) em Nova York. O
presidente venezuelano não participa do grande encontro mundial da
diplomacia desde 2018.
“Neste ano, nós vamos a Nova York, hein? O discurso na ONU (…) Nós
estamos preparados, nós vamos por terra, mar ou pelos ares. Nós
chegaremos”, disse.
Créditos: Gazeta Brasil