PF deflagrou nesta sexta-feira (27), com o apoio do MPF (Ministério Público Federal) e Receita Federal, a 66ª fase da Operação Lava Jato, batizada de ‘Alerta Mínimo’. São cumpridos sete mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP) e em Natal (RN).
As medidas cautelares foram expedidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba.
O inquérito tem como foco principal a apuração de crimes de lavagem
de dinheiro praticados por doleiros e funcionários de uma instituição
financeira, que teriam atuado em benefício de empresas que contratavam
com a Petrobras e necessitavam de dinheiro em espécie para o pagamento
de vantagens indevidas a agentes públicos.
Segundo a PF, durante a investigação foram obtidos documentos
trazidos por colaboradores que indicaram que determinado doleiro teria
sido responsável por produzir pelo menos R$ 110 milhões, em espécie,
para viabilizar o pagamento de propinas.
A produção de dinheiro em espécie neste caso envolvia trocas de
cheques obtidos junto ao comércio da grande São Paulo e abertura de
contas sem documentação necessária ou com falsificação de assinaturas em
nome de empresas do ramo imobiliário.
A suspeita quanto à participação de gerentes de agências bancárias
consistia em dar suporte às operações de desconto de cheques e elaborar
justificativas internas a fim de evitar fiscalizações e ações de
compliance da instituição financeira. Em troca, os funcionários recebiam
comissões dos operadores e conseguiam vender produtos da agência para
atingir metas.
O nome da operação faz referência ao fato de que os alertas de
operações atípicas do sistema interno do banco para comunicação ao COAF
passaram a ser encerrados, mediante a apresentação de justificativas
pelos gerentes de agência, como se não houvesse indícios de lavagem de
dinheiro.