Após
chegar a um ponto próximo à ruptura, a tensão entre os atores
democráticos do país recuou e está aparentemente sob controle quase uma
semana depois do feriado da Independência – quando o presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) elevou o tom dos ataques contra o Supremo
Tribunal Federal (STF). O clima mais equilibrado, que prevalece desde a
carta pacificadora assinada pelo chefe do Executivo federal na
quinta-feira (9/9), vem agradando aos agentes econômicos, e a semana
começou com resultados positivos.
Os atos contra o governo,
organizados pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelo Vem pra Rua, que
poderiam voltar a tensionar os ânimos, não tiveram força para tanto. As
manifestações do último domingo foram esvaziadas, com público muito
menor que os protestos a favor de Bolsonaro, em 7 de setembro. Na
avaliação de especialistas, caso o protesto ganhasse maiores proporções,
o mercado poderia responder de forma negativa, o que não ocorreu.
O
clima de temperança refletiu em números positivos. Nesta segunda-feira
(13/9), às 17h, fechamento do mercado, o dólar estava vendido a R$
5,224, com queda de 0,83%. O Ibovespa, principal indicador da bolsa de
valores brasileira, também apresentava bons resultados, com
116.352,39 pontos e alta de 1,81%.
Na semana passada, o Ibovespa
havia fechado em queda (-2,3%), nos 114,4 mil pontos, em dias marcados
por volatilidade e crises políticas. Com o acirramento da tensão entre
as instituições, as empresas de capital aberto na B3 perderam R$ 195,3
bilhões em valor de mercado na quarta-feira (8/9). As companhias mais
prejudicadas foram Petrobras (queda de R$ 19,6 bilhões), Ambev (R$ 15,4
bilhões), Itaú (14,3 bilhões), Bradesco (R$ 12,2 bilhões) e Vale (R$
10,1 bilhões).
De acordo com a economista Pietra Guerra,
especialista em ações da Clear Corretora, é um bom momento para
investidores apostarem em empresas que estão baratas, “seja no setor
petroleiro ou até bancos e elétricas (setor defensivo). Isso pode abrir
oportunidades”, afirmou.