Muita gente tem, mas nem imagina…
E hoje em dia, muitos pais estão percebendo que seus filhos começaram a “mastigar” e fazer barulhinhos com os dentes enquanto dormem…
Bruxismo é uma disfunção da mastigação caracterizada pelo constante apertar, cerrar e ranger dos dentes. Normalmente quem tem não sabe que tem!
Durante o sono, o ranger é tão forte que ouvem-se estalidos, barulhinhos comoroc roc roc rhrhrhrhrh…
Certamente, quem dorme ao lado ou perto de quem tem o bruxismo vai identificar rapidamente!
As causas para essa disfunção não são bem definidas, mas estão claramente relacionadas aos fatores psicológicos, contatos inadequados entre os dentes e fatores hereditários. Consideram-se fatores importantes, mas não exclusivos, a ansiedade, o estresse, distúrbios psicológicos, erupção atípica dos dentes de leite ou permanentes e perda precoce de dentes. Pode acontecer em crianças, adolescentes e adultos.
É muito freqüente nas idades entre 2 a 4 anos, 10 a 12, e 18 anos. São fases de descobertas, adaptações, modificações, aprendizados que envolvem a percepção da realidade, a auto-confiança, limites, escolhas. Os pais e responsáveis devem estar atentos ao aparecimento de outros distúrbios nessas etapas de mudanças das crianças, como a gagueira, a onicofagia (hábito de roer unhas), distúrbios do sono, etc…
E o que o bruxismo faz com os dentes? Faz mal apertar os dentes, afinal?
Faz mal, SIM! Os dentes só deveriam tocar fortemente entre si quando engolimos.
O apertar e ranger os dentes pode causar principalmente:
• alterações na forma de engolir;
• alterações na produção de saliva;
• alterações do pH do meio bucal favorecendo a cárie;
• alterações na posição dos dentes;
• desgastes excessivos dos dentes;
• trincas e fraturas dentais;
• contrações excessivas e fadiga dos músculos da face;
• alterações na forma que se morde;
• alterações nas articulações;
• deslocamento da mandíbula;
O bruxismo deve ser diagnosticado corretamente para uma abordagem precoce e, se necessário, um tratamento interdisciplinar.
Com as crianças especificamente, o bruxismo tem se manifestado diante de situações diferentes do seu cotidiano. Os aspectos psicológicos como agressões, frustrações, problemas escolares, familiares e com amigos podem provocar um aumento considerável da tensão’ e levar a uma hiperatividade muscular, acarretando em distúrbios. Apesar de não ter uma causa específica, ocorre em 30% das crianças. Ele pode provocar desgaste e amolecimento dos dentes, afetando a integridade dos tecidos dentais e causar problemas ósseos. Pode provocar também dores na mandíbula e nos músculos da face, dor de cabeça, dor e zumbido no ouvido e alterações da respiração e do sono.
Precisamos lembrar que o bruxismo infantil tende a ser considerado um estado de transtorno hipercinético da criança e pode ser uma condição normal e passageira no seu crescimento e desenvolvimento, ou se tornar uma disfunção habitual necessitando de atenção especial. Assim, é uma doença que precisa ser controlada e amenizada o máximo possível. Com uma abordagem interdisciplinar, uma atenção redobrada à criança e, as vezes, alguns medicamentos ansiolíticos (drogas, sintéticas ou não, usadas para diminuir a ansiedade e a tensão) pode-se interferir positivamente sobre os efeitos na criança.
A terapia pode requerer desde a necessidade da maior interação criança – família, amor e atenção dos pais, até a necessidade da instalação de placas de mordidas (acetato ou acrílica, dependerá da idade, intensidade e tempo de disfunção) para promover o afastamento dos dentes evitando a sobrecarga, o desgaste dental, as dores articulares, manifestações de disfunções mais graves devido ao aumento da sua intensidade e principalmente restabelecer a função de cada estrutura envolvida. Por isso o protocolo, tipo e tempo de tratamento dependerão dos fatores que causaram e da sua intensidade.
Cabe ao dentista a indicação do tratamento interdisciplinar com psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.
Com tudo isso aí… apostamos que Bruxismo, de fato, é coisa de “BRUXA”!!!
Via Vida de Dentista