“Estamos tratando a câmera como uma espécie de drive externo de nossa
memória”, afirma a psicóloga. “Temos a expectativa de que o aparelho
vai se lembrar de coisas por nós e que assim não precisamos continuar a
processar aquele objeto. Por isso não interagimos nem nos envolvemos com
as coisas que nos ajudariam a lembrar dele”. Henkel reconhece, no
entanto, que enquanto podemos atrapalhar nossa memória a curto prazo,
ter posse dessas fotos pode nos ajudar a lembrar de eventos no futuro.
Mais interessante ainda é o fato de que o prejuízo para a memória
diminuiu quando os estudantes tiveram que dar um zoom em algum aspecto
particular do objeto. Isso sugere que o esforço e a concentração
envolvidos na tarefa ajuda o processamento da memória. Ou ainda que
temos uma tendência maior a externalizar nossa memória quando a câmera
capta uma cena mais ampla. “Isso faz sentido porque as pesquisas
científicas mostram que a dispersão da atenção é o maior inimigo da
memória”, diz Henkel.
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