Documentação enviada pelo Ministério Público da Confederação (MPC),
da Suíça, à Procuradoria-Geral da República (PGR) mostra um patrimônio
do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), 37 vezes maior do que o
registrado em sua última declaração de bens à Justiça Eleitoral. Ele
disse no ano passado ter R$ 1,6 milhão, mas em 2011 um consultor
informou a bancos suíços que seu patrimônio estimado era de US$ 16
milhões (R$ 62 milhões). Dados da rede Infoseg e do próprio Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) revelam que o deputado, a mulher dele e empresa
da família são donos de nove carros avaliados em mais de R$ 1 milhão.
Apenas um veículo está declarado à Justiça.
Segundo apurou o jornal Estado de Minas, a nova investigação foi
aberta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki,
que, levou as mais de 700 páginas para casa a fim de analisar pedido do
deputado para colocar o inquérito em sigilo. Cunha negou de novo a posse
de contas no exterior, mas alega que a família está exposta
publicamente pelo noticiário. No inquérito mais antigo, a PGR anexou a
delação premiada do lobista Fernando Baiano, na qual ele afirma que o
presidente da Câmara recebeu pagamentos de propina até setembro do ano
passado, em forma de aluguel de jatos particulares. O dinheiro foi pago
com recursos desviados de contrato de construção de navios para a
Petrobras.
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