O Supremo Tribunal Federal (STF)
negou nesta terça-feira (23) o recurso do Conselho de Ética da Câmara
que tentava retomar o ritmo normal das atividades do colegiado no
processo de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Semana passada, foi protocolado um mandado de segurança que pedia a
anulação da decisão que fez o processo de Cunha retornar praticamente à
estaca zero. A deliberação foi da ministra Rosa Weber, mas o inteiro
teor da decisão ainda não foi divulgado pelo Supremo, informou a
"Folha".
A peça pedia a anulação da decisão do vice-presidente da
Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que invalidou a última sessão do
Conselho de 2015, quando o relatório de Marcos Rogério (PDT-RO), pela
continuidade do processo contra Cunha, foi aprovado por 11 a 9. No
documento, o Conselho também pediu o impedimento de manifestação de
membros do mesmo bloco de Cunha em recursos à Mesa Diretora.
A
ideia era retomar os trabalhos de onde a comissão parou, em dezembro do
ano passado. Já superada a primeira fase, de votação do relatório
preliminar, havia começado o prazo de 10 dias úteis para a apresentação
da defesa formal de Cunha.
Ainda de acordo com a "Folha", a
decisão abre brecha para que o deputado Waldir Maranhão, vice-presidente
da Casa, aliado de Cunha, continue decidindo recursos. Foi ele quem
optou por afastar o primeiro relator do caso, Fausto Pinato (PRB-SP), e
determinou a anulação da sessão do Conselho de dezembro que admitiu o
relatório pela continuidade do processo de Cunha.
Também nesta
terça, a defesa de Cunha entrou com um recurso no STF pedindo que a
primeira turma, da qual o ministro Luís Roberto Barroso faz parte,
analise a decisão do magistrado que, semana passada, negou a suspensão
do processo de cassação do peemedebista.
Marcelo Nobre, advogado
do presidente da Câmara, apresentou ao Supremo uma ação para interromper
a tramitação do processo até que fosse apreciado, na Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara, um recurso que levaria o caso à fase
inicial.
MANOBRAS
O mandado de segurança
ocorre após uma série de manobras protelatórias dos aliados do
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que têm conseguido evitar
desde outubro do ano passado o andamento do processo de cassação do
peemedebista no Conselho de Ética.
O caso não passou, sequer, da
fase inicial, que é a aprovação do relatório preliminar, que se
posiciona pela continuidade ou engavetamento do processo. O relatório de
Rogério será pela admissibilidade do caso. Nesta terça, começará a
discussão do relatório. A expectativa é que uma nova votação ocorra
nesta quarta (24).
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