Os ministros do STF precisam ler o editorial do Estadão:
“O PT mostra que é capaz de ir ainda mais longe em sua perversa
retórica. Diante dos avanços da Operação Lava Jato, o partido não tem se
contentado em dizer que o que fez não foi ilegal ou que seu líder e seu
séquito não são criminosos. Apregoam abertamente a ideia de que os
criminosos estão do outro lado do balcão. Nessa tresloucada visão, os
contrários à lei seriam a Polícia Federal, o Ministério Público e o
Poder Judiciário – muito especialmente o juiz da 13.ª Vara Federal de
Curitiba, Sergio Fernando Moro (…)
Parece maluquice, mas é apenas a exacerbação da sem-vergonhice: o PT
anda querendo criminalizar a Operação Lava Jato. Tal tentativa só pode
ser a reação desesperada de quem não tem fatos nem argumentos a
apresentar em sua defesa. Afinal, responde pelo saque do Brasil.
Manifesta completo desespero, pois o movimento de criminalizar o Poder
Judiciário, a Polícia Federal e o Ministério Público não tem qualquer
respaldo jurídico, nem muito menos apoio popular (…)
Nos últimos dias, a campanha contra o juiz da 13.ª Vara Federal de
Curitiba recrudesceu sensivelmente, após a retirada do sigilo do
processo envolvendo o ex-presidente Lula e a consequente divulgação de
áudios gravados. Como o que foi revelado não agradou nem a Lula nem a
Dilma – afinal, a cafajestagem explícita nas conversas faz corar frades
de pedra –, o PT e o Palácio do Planalto tentaram tratar como criminosa a
decisão de Moro.
Pura encenação. Sabe-se bem que as escutas foram feitas de acordo com
a lei e, portanto, podem ser usadas em juízo como prova contra Lula. A
tentativa de criminalizar a decisão de Moro de levantar o sigilo das
gravações é coisa de aloprados. Entre os pilares da isenção do Poder
Judiciário está o princípio do livre convencimento do juiz. Pretender
que uma decisão judicial fundamentada – com amplos e sólidos argumentos,
diga-se de passagem – seja tratada como se fosse um crime, pela simples
razão de haver produzido efeitos políticos contrários aos interesses
dos inquilinos do Palácio do Planalto, equivale a querer que o País
volte aos tempos do absolutismo. Um Estado Democrático de Direito tem
muitas garantias, mas entre elas não está a imunidade para o ilícito”.
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