Réu em três processos relacionados a casos de corrupção, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva partiu para o ataque contra a
força-tarefa da Operação Lava Jato na noite desta quinta-feira, 10,
durante ato de lançamento da campanha “Um Brasil Justo pra Todos e pra
Lula”, em São Paulo.
O ex-presidente disse ser vítima de um “pacto
quase diabólico” que tem como objeto destruir sua reputação e o projeto
de país implementado em seus oito anos de governo.
“Eu penso que
eles cometeram um pequeno erro. É que eles mexeram com a pessoa errada.
Eu não tenho nenhuma preocupação de prestar contas à Justiça brasileira.
O que eu tenho preocupação é quando eu vejo um pacto quase diabólico
entre a mídia, a polícia federal, o ministério público e o juiz que está
apurando todo esse processo”, disse o petista, diante de um auditório
lotado com centenas de pessoas na Casa de Portugal, na Liberdade, zona
sul de São Paulo.
Lula acusou a Lava Jato de mentir para a
população.
“Não me sinto confortável participando de um ato da minha
defesa. Eu me sentiria confortável participando de um ato de acusação à
força-tarefa da Lava Jato,que está mentindo para a sociedade
brasileira”, afirmou o ex-presidente.
Segundo ele, os supostos
abusos da força tarefa prejudicam a reputação de instituições como o
Ministério Público Federal e a Polícia Federal. “Faz mal ao Ministério
Público, que tem muita gente séria, a uma instituição chamada Polícia
Federal, que foi criada para defender o Estado brasileiro e para
investigar e não para permitir que delegados comprometidos
ideologicamente e politicamente com determinados partidos venham fazer
falsas acusações”, apontou Lula.
Idealizada por intelectuais de
esquerda e amigos do ex-presidente, a campanha lançada em São Paulo tem
como objetivo criar comitês em todo o Brasil e no exterior para divulgar
informações em solidariedade e Lula. Segundo o ex-ministro da
Secretaria-Geral da Presidência Gilberto Carvalho, um grande ato está
programado para o dia 27 de novembro na Avenida Paulista.
Milhares
de panfletos em defesa de Lula, uma página na internet e perfis nas
redes sociais foram criados para divulgar um manifesto assinado por
dezenas de nomes de peso das áreas artística, acadêmica, jurídica,
religiosa, política e esportiva. Entre eles Gilberto Gil. Joana
Maranhão, Raduan Nassar, Antonio Candido, Guilherme Boulos, Beth
Carvalho, dom Angélico Sandalo, Claudio Fonteles, Daniel Filho, Frei
Betto, Fernanda Takai, Flávio Dino, Gregório Duvivier, Leonardo Boff,
José Trajano, Osmar Prado e Paulo Betti.
Ao fim do ato, Lula prometeu “lutar até o fim” para provar sua inocência.
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