Cerca de 900 depoimentos de diretores, executivos,
funcionários e ex-colaboradores da Odebrecht foram concluídos ontem
junto ao Ministério Público Federal. Todos foram ouvidos por uma equipe
de procuradores em Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e outras partes do
país, num reforço para concluir o trabalho em duas semanas. A Odebrecht
fez um acordo de leniência e, os funcionários, de colaboração premiada,
com os investigadores da operação Lava-Jato após serem alvo de uma
devassa promovida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
Depois de nove meses de negociação, tudo foi assinado pela
Procuradoria Geral da República em 1º de dezembro último. A partir daí, o
presidente afastado Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba, seu pai,
Emílio Odebrecht, e os demais funcionários passaram a contar o que
sabiam sobre esquemas de corrupção no Brasil e no exterior. Uma amostra
do potencial de estragos políticos foi dada apenas no documento que
antecede os depoimentos do ex-diretor de Relações Institucionais da
empreiteira Cláudio Melo Filho. Ele apresentou acusações e suspeitas
contra praticamente todo o PMDB, incluindo o presidente da República
Michel Temer e seus principais ministros e aliados no Congresso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário