Uma
nova manobra está sendo urdida em Brasília. Em situações do gênero
ninguém assume nada, mas especula-se que a paternidade esteja no meio
acadêmico. A meta é resolver a vida de quem recebeu caixa 2 nas
campanhas eleitorais – e das empresas que doaram. A regularização viria
por projeto de lei criando uma janela para a regularização da grana não
declarada, pagando multa à Receita Federal. Inspiração pura na lei de
repatriação de recursos. Resolve o problema fiscal do caixa 2, mas não a
prática de outros crimes, tipo corrupção.
Quem defende eleições limpas
não pode concordar com isso.
Atropelados pela Câmara, que transformou em veneno contra os autores
as Dez Medidas contra a Corrupção, a equipe da Lava Jato não renunciará.
Diante da ameaça de enquadrar promotores e procuradores na Lei de Abuso
de Autoridade, o receio não é de condenações, mas do processo em si.
“Boa parte dos acusados têm grandes advogados” – diz o procurador Deltan
Dallagnol (foto). “A tendência é que movam processos em massa,
unicamente para que o tempo dos investigadores seja consumido nas
próprias defesas. Ninguém conseguirá trabalhar”.
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