O
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, costuma se dizer um político
pró-mercado. Nesta semana, ele radicalizou. Defendeu a extinção da
Justiça do Trabalho, sem explicar o que ficaria no lugar.
O deputado do DEM acusou os juízes da área de atuarem de forma
“irresponsável”. Ele alegou que decisões favoráveis aos trabalhadores
teriam provocado a falência de bares e restaurantes no Rio de Janeiro.
“Foi quebrando todo mundo pela irresponsabilidade da Justiça
brasileira, da Justiça do Trabalho, que não deveria nem existir”,
atacou.
A ofensiva não parou por aí. Maia culpou as leis trabalhistas pelo
aumento do desemprego: “O excesso de regras no mercado de trabalho gerou
14 milhões de desempregados”.
Não é preciso simpatizar com sindicalistas para perceber que o
deputado exagerou. A velha CLT tem problemas, mas está longe de ser a
maior culpada pelo desemprego.
As vagas sumiram porque o país entrou em colapso, com um tombo
recorde de 9% no PIB desde 2014. Maia não concluiu a faculdade de
economia, mas sabe que as causas da recessão foram outras, como a
intensa crise fiscal no governo Dilma.
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