A política brasileira atingiu tamanho grau de beligerância que
palavras como “negociação”, “acordo” e “compromisso” foram substituídas
por “desfigurado”, “recuo” e “ofensiva”.
O governo teria recuado na defesa de seu projeto de reforma da
Previdência, que poderia vir a ser desfigurado pelos parlamentares.
Essa
ilusão parte de duas premissas erradas:
A primeira, de natureza subjetiva,
supõe que Michel Temer seja burro, muito burro. Aos 76 anos, com seis
mandatos de deputado (sempre com poucos votos), tendo presidido a Câmara
em três ocasiões, por burrice, Temer mandou ao Congresso um projeto de
reforma que não podia defender.
A segunda ilusão, de natureza objetiva,
supõe que o Congresso Nacional é uma empresa de consultoria. Ele pode
ser um horror, mas é um poder da República, depositário da vontade
popular e ao longo da história produziu menos desastres que os çábios da
economia.
Robson Pires
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