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sábado, 16 de dezembro de 2017

PF tem desvios de conduta e ações de viés político, diz diretor


Fernando Segovia, de 48 anos, usa dois aparelhos celulares. Em um, responde a dezenas de mensagens. No outro, acompanha as notícias, sobretudo aquelas que o mencionam. E não são poucas. Desde que tomou posse como diretor-geral da Polícia Federal, há um mês, Segovia vem dando o que falar.
Foi apontado como apadrinhado do ex-presidente José Sarney e se envolveu numa polêmica ao dizer que “uma única mala” de dinheiro não era prova suficiente para incriminar o presidente Michel Temer. Em 22 anos de carreira na instituição, já foi da tropa de elite da PF e da adidância na África do Sul, mas se considera “100% policial”. Agora, planeja tornar a corporação “ainda mais republicana”, atendendo a um pedido de Temer.
Em entrevista a VEJA, ele acusa o ex-procurador-geral Rodrigo Janot pelos resultados pífios da investigação sobre o presidente e critica as ações “com um certo viés político” adotadas pela instituição que agora chefia.
O seu nome não estava entre os mais cotados para comandar a PF. Como e por que o senhor foi escolhido? Havia uma lista de nove candidatos a di­retor-geral. Esses nomes circularam entre associações e chegaram ao gabinete do ministro da Justiça, que começou a fazer algumas consultas. Num dado momento, o presidente me convidou para uma reunião. Ficamos conversando durante duas horas e pouco. Depois disso, o ministro da Justiça me convocou. Ao término desse encontro, ele disse que o presidente queria me convidar e que ele estava dando o aval.

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