Duas perguntas rondam a sexta candidatura de Lula à
Presidência. A primeira será respondida pela Justiça: ele poderá ou não
concorrer? A segunda deve ser feita ao próprio petista: se o seu
favoritismo nas pesquisas se confirmar, qual Lula vai governar o país?
O ex-presidente tem dado pistas contraditórias. Em maio, ele subiu o
tom dos ataques à Lava Jato e deixou um cheiro de radicalização no ar:
“Se eles não me prenderem logo, quem sabe um dia eu mando prendê-los
pelas mentiras que eles contam”.
A frase soou como uma ameaça autoritária, já que nas democracias só
juízes mandam prender. Na semana seguinte, o petista disse ter usado
apenas uma “força de expressão”.
Apesar do recuo, o tom de confronto persistiu. Em discursos
invocados, o ex-presidente distribuiu bordoadas na imprensa, na elite e
nos adversários. Parecia uma receita para espantar de vez a classe
média, que já vem se distanciando do PT.
Nenhum comentário:
Postar um comentário