Essa matéria foi veiculada em junho de 2016. Hoje em um plebiscito na Suíça uma espécie de Bolsa Família de 2.2 mil euros foi rejeitado por 78% dos cidadãos.
Eu achei isso intrigante, afinal por que tanta gente iria rejeitar dinheiro? E a proposta ainda previa dar metade dessa quantia para cada criança, assim cada pessoas que morasse regularmente na suíça seria beneficiado. Não faz sentido rejeitar isso, ou faz?
Então fui pesquisar, então parti para imprensa internacional e não foi preciso nem ler as entrelinhas pois a conclusão é até bem óbvia.
O que aparece de forma marginal nas notícias acerca da rejeição do Bolsa Suíça é que outras reformas também foram aprovadas nesse mesmo plebiscito, e uma delas foi a reforma da legislação de asilo político, que acelera o prazo de decisão a para os pedidos de asilo de 400 para 140 dias.
Ora, isso parece uma medida progressista não? Depende, se o asilo for concedido, sim, por outro lado, se o asilo for negado, permite ao governo se livrar mais rápido dessas pessoas em situação irregular. E sim, isso vai gerar mais gasto do governo em pessoal e infraestrutura para atender a esse prazo, mas parece um gasto razoável para a maioria dos suíços.
Então temos a seguinte questão, num mesmo dia os suíços rejeitam uma proposta de salário mínimo universal e aprovam uma lei que acelera o procedimento de decisão a respeito dos pedidos de asilo. Acho que você já deve estar percebendo aonde eu quero chegar.
Bem, não precisa ser um gênio, fiquem vocês com as palavras do parlamentar suíço Luzi Stamm:
“Teoricamente, se a suíça fosse uma ilha, a resposta seria sim, mas com fronteiras abertas, é totalmente impossível, especialmente para a Suíça, que possui um alto padrão de vida”. Segundo a matéria que eu li, os pedidos de asilo na Suíça aumentaram em 85% em relação ao ano anterior, isso sem salário para todo mundo.
Então, sob a ótica do problema da imigração, fica bem mais simples entender por que os suíços não querem dar um salário base para os residentes, e isso não tem nada a ver com economia.
Por Leandro Fabro
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