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quinta-feira, 1 de março de 2018

Consciência permanece ativa após a morte, por um tempo, diz cientista


  Resultado de imagem para cientistas descobrem o que acontece com o cérebro após o coração parar de bater

Na quinta, dia 19 de outubro/17, estreou nos cinemas brasileiros o longa Além da Morte, um remake do filme Linha Mortal(1990), e que trata de um assunto para lá de polêmico: o que acontece com nossa mente após a morte? Da ficção estrelada pela atriz Ellen Page (Juno e A Origem) para a realidade, cientistas da Langone Escola de Medicina da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, estão estudando os processos do pós-morte e descobriram que, durante algum tempo, a consciência ainda permanece.

Quando uma pessoa sofre uma parada cardiorrespiratória, os impulsos elétricos cessam, o coração deixa de bater e o sangue para de chegar ao cérebro. Neste momento, os processos cerebrais cessam quase instantaneamente. "Você perde todos os reflexos do tronco cerebral: o mordaz, o das pupilas, tudo para", diz o médico Sam Parnia, diretor de Cuidados Essenciais e Ressuscitação na Universidade de Nova Iorque.

O córtex cerebral, que é a nossa central do pensamento, também reduz suas funções de imediato, e as ondas cerebrais deixam de ser visíveis no encefalograma em até 20 segundos. Com isto, começa uma série de reações intracelulares que levam à morte dos neurônios, podendo durar algumas horas depois do coração ter parado, esclarece Parnia.

Ao se realizar uma tentativa de ressuscitação cardiopulmonar, um pouco de sangue volta a circular no cérebro – cerca de 15% do que o órgão precisa. Essa quantidade é suficiente para retardar a morte das células cerebrais, mas não a ponto de religar o cérebro, afirma Sam Parnia. Ou seja, não se percebe a volta dos reflexos durante a ressuscitação. "Se você tenta fazer o coração bater de novo, aos poucos ajudará o cérebro a retomar suas funções. Quanto mais tempo durar o processo de ressuscitação, a morte dos neurônios ainda se mantérá, mas em ritmo menos acelerado", esclarece o pesquisador.


Segundo o médico americano, os pacientes com parada cardiorrespiratória podem ter alguma forma de consciência na primeira fase da "morte clínica". Ele revela que existem vários relatos de pessoas cujos corações pararam e foram "reinciados" e que puderam descrever, com exatidão, o que estava acontecendo ao redor delas na sala do hospital. "Elas contaram que puderam observar os médicos e as enfermeiras trabalhando e também que tinham consciência de todas as conversas e até memória visual do ocorrido. Eram coisas que, normalmente, não podiam ser de conhecimento delas", comenta Sam Parnia.

Ainda conforme o pesquisador, os relatos dos pacientes que tinham "morte clínica" puderam ser confirmados pela equipe médica e por enfermeiras que estavam presentes.

O médico da Universidade de Nova Iorque, juntamente com sua equipe de pesquisadores, estão avaliando casos de consciência pós-morte em pacientes dos Estados Unidos e da Europa. É o maior estudo do tipo já feito no mundo. "Estamos tentando entender o que de fato foi experimentado por essas pessoas quando 'atravessaram' a morte, porque sabemos que isto deve refletir a experiência universal do que todo mundo vai experimentar ao morrer", afirma Parnia.
Os cientistas querem entender o que acontece com o cérebro durante o período da parada cardiorrespiratória, da morte e da ressuscitação, para saber a quantidade de oxigênio que está chegando ao órgão. Além disso, pretendem saber quando o córtex volta a "ligar" e como as experiências de consciência pós-morte estão conectadas à atividade cerebral. De acordo com o médico americano, o próximo passo é encontrar uma forma de aprimorar o acompanhamento do cérebro durante o período da morte e aperfeiçoar a qualidade da ressuscitação, para prevenir possíveis danos cerebrais quando o coração voltar a bater corretamente.

"Ao mesmo tempo, estamos estudando a mente humana e a consciência no processo da morte, para entender até que ponto a consciência é aniquilada ou permanece após a pessoa morrer por certo período de tempo. Buscamos também a relação deste processo com o que se pensa dentro do cérebro, em tempo real", diz Sam Parnia.


(com portal LiveScience)


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