Foi aos 45 minutos do segundo tempo. Após seis anos de seca, o açude
Boqueirão, única fonte de abastecimento de Campina Grande (PB),
registrava apenas 2,9% de sua capacidade —o nível mais baixo desde a
inauguração, em 1957, pelo então presidente Juscelino Kubitschek.
“Só tinha água duas vezes por semana. Enchia uns bocados de baldinho,
porque não podia comprar a caixa-d’água”, lembra a pensionista
Teresinha Peres, 77. “E cheirava horrível, tinha um mau gosto.”
À beira do abismo, a ansiedade dos campinenses era enorme quando a
água do São Francisco chegou ao Boqueirão, em 18 de abril de 2017. Levou
38 dias para encher os 110 km de leito seco do rio Paraíba entre o
açude e o final do canal da transposição do Eixo Leste, inaugurado um
ano atrás.
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