Reza a sabedoria popular que Justiça que tarda é Justiça que falha.
Porque perpetua a impunidade e, quase sempre, favorece poderosos de
colarinho branco acusados de crimes diversos, de corrupção a racismo.
Uma das razões da notória lentidão do Poder Judiciário
para julgar autoridades é o chamado foro privilegiado, regra criada no
Brasil monárquico para proteger o imperador dom Pedro I, “pessoa
inviolável e sagrada”, que não estava “sujeita a responsabilidade
alguma”. Na República brasileira, a casta de “invioláveis” é hoje
formada por inacreditáveis 55 000 pessoas, de ministros de Estado a
comandantes de corpo de bombeiros, passando por vereadores e
parlamentares.
Os beneficiários da regra, sobretudo os congressistas, não têm do que
reclamar. São raros os episódios de deputados e senadores condenados
pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No caso da Operação Lava-Jato, que
completou quatro anos em março, não existe uma única sentença
condenatória.
O primeiro processo sobre o petrolão, contra o deputado
Nelson Meurer (PP-PR), só deve ser analisado pelo STF no próximo dia 15.
E não há ainda data definida para o julgamento dos outros políticos sob
investigação.
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