A
complacência dos investidores com o Brasil chegou ao fim. Ou, como
resumiu o banco americano JP Morgan em relatório sobre o país publicado
nesta quinta-feira (7), o Brasil não está mais no Kansas. A referência
ao clássico “O Mágico de Oz”, em que a protagonista Dorothy é sugada de
sua casa, no Kansas (EUA), por um tornado e atirada na desconhecida
terra de Oz, não poderia sintetizar melhor as últimas semanas no mercado
financeiro brasileiro.
Desde que o governo cedeu aos apelos dos caminhoneiros e empresários e decidiu intervir na elogiada política de repasse de preçospraticada
pela Petrobras, os investidores decidiram que era hora de rever o risco
atribuído ao Brasil –para pior. O CDS, termômetro do risco-país,
atingiu 254,2 pontos nesta quinta, maior nível desde maio de 2017. O
dólar, ativo ao qual investidores correm em busca de segurança, encostou
em R$ 3,93, e a Bolsa fechou abaixo dos 74 mil pontos.
A perda de confiança no governo ocorre ao mesmo tempo de uma piora global do cenário para ativos emergentes e
em meio a uma recuperação da economia americana que causou o
fortalecimento do dólar em relação às principais divisas emergentes.
Preocupações com aumento do protecionismo e com conflitos geopolíticos também pesaram.
Nenhum comentário:
Postar um comentário