Em entrevista à Folha, Fernando Haddad diz que foi Ciro Gomes que não quis fazer coalizão com o PT. Que ele próprio ouviu de Mangabeira Unger o seguinte:
“Nós não queremos ser os continuadores do lulismo. Não queremos
receber o bastão do Lula. Nós queremos correr em raia própria”. Palavras
dele (Mangabeira Unger). Eles não queriam ser vistos como a
continuidade do que julgavam decadente. Apostavam que, com Lula preso, o
PT não teria voto a transferir. Aconteceu exatamente o oposto.
Mas o Lula estava disposto a passar o bastão? Sempre depende dos termos da conversa, que não aconteceu.
Ciro diz que sim e que até foi convidado para fazer o papel lamentável que o senhor fez. Não
houve uma reunião entre o Ciro e o Lula. No final, [quando ficou claro
que Lula não poderia concorrer], ele foi sondado por mim e por todos os
governadores do PT. Eu sou amigo, gosto do Ciro. Mas ele errou no
diagnóstico. E pode voltar a errar se entender que isolar o PT é a
solução para o seu projeto pessoal.”
Quais seriam os “termos de conversa”? Está claro que era o
compromisso de soltar Lula e dar um fim à Lava Jato — coisa que Ciro
acabou entendendo que não poderia fazer, caso fosse eleito, sob o risco
de perder apoio de mais da metade dos brasileiros logo de cara.
O PT não aceita que Lula está preso, babaca.
O Antagonista
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