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quarta-feira, 6 de maio de 2020

A pequena Nazaré, o profeta e o preconceituoso

Filipe achou Natanael e disse-lhe: Havemos achado aquele a quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.
Disse-lhe Natanael:
Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem e vê. (Jo 1:45- 46)
Conta-se que um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão.
Depois de um certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o enchiam de pancada. Depois de mais algum tempo, mais nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas.
Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada. Rapidamente foi retirado pelos outros, que bateram nele. Após algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada.
Os cientistas repetiram as substituições, até que o último macaco veterano tivesse também sido substituído. Eles ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar até as bananas.
Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam  em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: ''Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui...''
Muitas das vejas os comportamentos são repetidos sem que haja uma reflexão, como no caso da ilustração acima. Precisamos questionar por que fazemos (ou deixamos de fazer) certas coisas.
É assim com preconceito. Surge de comportamentos repetidos que acabam por formar padrões. Fica tão impregnado no indivíduo ou na coletividade, que aqueles que agem diferente do grupo passam a ser olhados como inadequados, verdadeiros  ''ETs''.
Jesus Cristo foi vítima, como muitos de nós já fomos, do preconceito da sociedade de sua época, apenas por suas origens. Por ter sido criado em uma cidade de tão pouca expressão, Nazaré, foi considerado como ''alguém de segunda categoria''.
Nazaré a capital e maior cidade do distrito Norte de Israel. Também funciona como uma capital árabe para os cidadãos árabes de Israel, que constituem a vasta maioria da população local. No Novo Testamento, a cidade é descrita como a terra onde Jesus passou sua infância.
O sociólogo  Chad Emmet afirma que "Sob o espectro dos dados arqueológicos, especula-se que os primeiros habitantes de Nazaré possam ter sido os cananeus, depois os israelitas e judeus da Galiléia''.
 James Strange, um arqueólogo americano, ressalta que “Nazaré não é mencionada nas fontes antigas judaicas antes do século III. Isto provavelmente reflete a sua falta de proeminência tanto na Galiléia como na Judéia.” Strange primeiro estimou a população de Nazaré na época de Cristo como de “aproximadamente 1.600 a 2.000 pessoas”,
De acordo com o Novo Testamento, Nazaré era a terra natal de José e Maria, e o local da Anunciação, quando Maria foi informada pelo arcanjo Gabriel que teria Jesus como seu filho. Nazaré é também o local onde Jesus passou parte de sua vida, desde quando voltou do Egito, em algum ponto de sua infância, até os seus 30 anos. (Mateus 1:18-2:23)
No Evangelho segundo João, 1:46, Natanael pergunta: "Pode algo de bom sair de Nazaré?" O sentido desta questão tem sido debatido. Alguns analistas sugerem que isto significaria apenas que Nazaré era muito pequena e pouco importante. Na verdade, Nazaré era vista com hostilidade pelos evangelistas, pois os habitantes da cidade não acreditavam em Jesus e “ele não poderia fazer sua obra poderosa lá” (Marcos 6:5). Em todos os evangelhos pode-se ler o famoso dito, “Um profeta só não é respeitado em seu próprio país, entre sua própria gente, e em seu próprio lar” (Mateus 13:57; Marcos 6:4; Lucas 4:24; João 4:44) Em uma passagem os nazarenos até mesmo tentam matar Jesus jogando-o de um penhasco (Lucas 4:29).
Nazaré, sendo o lar daqueles que estavam mais próximos a Jesus, e sendo estes os mais queridos por ele, aparentemente sofriam negativamente com relação à Sua doutrina. Assim, a questão de Natanael está consistente com a visão negativa de Nazaré nos evangelhos canônicos, e com o fato de que até mesmo os irmãos de Jesus não acreditavam nele (João 7:5).
Percebemos que Nazaré era uma vila insignificante na Galiléia. Nem sequer é mencionada no Velho Testamento ou nos escritos do historiador Flávio Josefo ou de qualquer outro rabino judeu. Como poderia vir o Messias de uma cidade tão insignificante? Ah, meu amigo, esta não é a primeira vez que alguém compreende erradamente a origem de Jesus e, por causa disso, O condena. A verdade é que nenhum profeta nunca tinha dito que Jesus viria de Nazaré. Filipe errou ao dizer que Jesus viria de Nazaré e Natanael errou ao achar que o Messias não poderia nunca vir de uma miserável vila.
 O preconceito é sempre assim. Ele amarra você ao lugar onde nasceu. Ele vive preocupado em saber se você nasceu no Piauí, em Minas ou São Paulo. O preconceito não está preocupado com você, mas somente com a cor da sua pele e com seu status social. Amarra você ao seu passado e não lhe permite nunca ser o que, pela graça de Deus, poderia chegar a ser. Ele é tão vil e insidioso que não prejudica somente o objeto do preconceito, mas envenena também a vida do preconceituoso.
Imagine só, o que Natanael, o preconceituoso, teria perdido se Filipe não tivesse insistido com ele. Sua vida teria continuado a ser uma vida de trevas, angústia e desespero.
Nazaré era uma cidade sem importância alguma aos olhos dos homens. Sequer era contada como uma verdadeira cidade. Era considerada como uma aldeia, um ajuntamento de famílias pobres, sem importância alguma. Pessoas passavam pela estrada e sequer notavam Nazaré pelo caminho. No entanto, aquele lugar insignificante aos olhos dos homens foi escolhido por Deus para abrigar o homem mais importante que este planeta inteiro já conheceu: Jesus Cristo de Nazaré.
A verdadeira grandeza de uma pessoa não deriva do lugar de onde ela vem. Quem algum dia já teve oportunidade de ler sobre a biografia de pessoas importantes, rapidamente aprendeu que várias delas nasceram e foram criadas em lugares que simplesmente não constam nos mapas, de tão pequenos e insignificantes que são.
Pode algo bom sair do seu bairro? Responda a si mesmo essa pergunta. O que te faz buscar as reuniões na igreja? O que te faz buscar a Palavra de Deus com tanta freqüência? Que efeito tem sobre a sua própria vida a Palavra de Deus que você ouve e lê? Se há algum bom efeito, então VOCÊ é o que pode sair de bom do seu bairro e da sua cidade! E se VOCÊ é o que pode sair de bom do seu bairro ou da sua cidade, eis o que diz o Espírito de Deus: Sê TU uma bênção! Porque toda vez que perguntarem: "Pode algo de bom sair daquele lugar?" Alguém certamente dirá: "Vem, e vê"!
Mônica Valentim
Mônica Valentim   é pedagoga, com especialização em Orientação Educacional e Profissional; pós- graduada em Psicomotricidade. Possui especialização em Modificabilidade Cognitiva PEI- Nível I, Jerusalém, Israel. Bacharelada em Teologia

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