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segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Quem criou o SUS (FAS)? Regime Militar, FHC ou Lula?

30 anos da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, que criou o Sistema Único de Saúde (SUS).

Agora sabem quem criou seu mal informados e babacas que diz ter sido o ex preso?

Em meados dos anos 1970, a derrota da ditadura nas eleições parlamentares, mesmo com os dois partidos oficializados pela própria ditadura, já foi um indicador de que a resistência da sociedade começava a surtir algum efeito. Acompanhando isso, a fundação do Cebes [Centro Brasileiro de Estudos em Saúde] na segunda metade dos anos 1970 já era um componente do processo de luta particularmente na saúde. Talvez o setor saúde seja um bom exemplo do que foi historicamente o Estado privatista brasileiro. É interessante lembrar que nos anos 1970 a ditadura criou o FAS, um fundo de apoio social, com captação diversa, para financiar a educação, saúde, alguma atividade no interior etc. Na educação, 80% da alocação desse fundo iam para a escola pública, enquanto na saúde, 79% iam para a iniciativa privada. O Estado criou a capacidade instalada no interesse da iniciativa privada, e como o povo não tinha acesso, ele fazia um contrato para que esse setor privado atendesse a população recebendo do Estado. E o que havia estruturado de serviço público de atenção era fundamentalmente para o trabalhador que estava no mercado de trabalho formal.

A greve que acontece no final dos anos 1970, quando o Lula era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, foi vigorosa. A sociedade de uma maneira geral apoiou aquela greve. Já tem um indicativo aí de fortalecimento do movimento sindical bastante grande. E, de uma certa forma, ele acompanha um pouco o que foi o segundo PND [Plano Nacional de Desenvolvimento] do governo [Ernesto] Geisel, um projeto nacionalista que tornou a produção industrial brasileira responsável por 32% do PIB [Produto Interno Bruto]. Isso traz mais trabalhadores ao mercado, mais pessoas se sindicalizando, mais força do movimento sindical dentro da contradição do próprio capitalismo. E mais capacidade política de luta. Tanto que nos anos 1980 nós tivemos a maior taxa de sindicalização da história do Brasil: em torno de 33%. Hoje nós estamos com 14%.

 

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