Hudson Rezende de Araújo, de 31 anos, estava deitado em seu quarto no dia 31 de janeiro quando os objetos no cômodo começaram a chacoalhar. Até mesmo a cama sacudiu, lembra o professor de História. Por cerca de 10 segundos, ele sentiu o chão trepidar e imaginou que um trator de terraplanagem, comum em obras na sua vizinhança, passava perto do condomínio onde mora. O docente só teve certeza do que se tratava horas mais tarde, quando surgiram as notícias de que um terremoto havia atingido Boa Vista, capital de Roraima.
Apesar de pouco percebido no Brasil, o fenômeno observado por Hudson não é incomum no país. Apenas neste começo de ano, o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) já registrou 30 tremores de terra em território brasileiro. Em 2020, os pesquisadores verificaram a ocorrência de 248 terremotos no Brasil, mas desse total, apenas três tiveram a magnitude acima de 4 pontos na escala Richter, a partir da qual são percebidos ruídos e oscilações dos objetos.
O tremor testemunhado por Hudson em Boavista foi o maior sentido no Brasil desde 1955, quando ocorreu um sismo de 5.5 pontos na escala Richter em Codajás, no Amazonas. O terremoto verificado pelo professor no fim de janeiro chegou a 5.6 pontos, atingiu todo o estado de Roraima e chegou até Manaus. O epicentro foi na Guiana, perto da divisa com o Brasil, segundo o Centro de Sismologia da USP.
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