Em prisão domiciliar desde março do ano passado, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse ao jornal Folha de São Paulo (SP) que apoiaria Jair Bolsonaro se ainda estivesse em plena atividade política.
Ao falar sobre o livro ‘Tchau, Querida: O Diário do Impeachment‘, escrito por ele, Cunha assegura que “qualquer opção é melhor que a volta do PT”.
“Minha avaliação sobre Bolsonaro está de forma superficial, em cima de fatos concretos. Relato a sabotagem de Rodrigo Maia [presidente da Câmara entre 2019 e 2020] ao governo e o fato de que Bolsonaro sofre uma perseguição implacável de quase a totalidade da mídia. Quem elegeu Bolsonaro porque não queria a volta do PT tem a obrigação de dar a governabilidade a ele”, avalia.
O político teceu fortes críticas ao atual cenário político no Brasil e ressaltou que, apesar de “eventuais críticas pontuais”, buscaria sustentar o presidente da República.
Em 2017, o ex-parlamentar atribuiu irregularidades a cerca de 120 políticos. Segundo ele, houve uma arrecadação R$ 270 milhões em um período de 5 anos para repartir com correligionários e aliados, sendo 70% via caixa dois.
Em sua proposta de delação premiada, Cunha apresentou a versão dele para a formação de um grupo de dezenas de deputados que o elegeu para o comando da Casa em 2015. Detalhou, inclusive, como angariou gradualmente influência dentro do então PMDB (atualmente MDB).
Eduardo Cunha foi condenado a 15 anos e 11 meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro em função das investigações da Operação Lava Jato.
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