Um relatório reservado da polícia fluminense apontou que os policiais civis que participaram da operação na favela do Jacarezinho sofreram pelo menos 200 ataques de criminosos. Segundo o estudo, os ataques a tiros teriam acontecido em mais de 60 pontos diferentes da comunidade. A operação realizada em 6 de maio resultou na morte de 28 pessoas, sendo 27 suspeitos de ligação com o tráfico de drogas e um membro da Polícia Civil, e é considerada a ação mais letal da história do Rio de Janeiro.
Os agentes de segurança afirmam que foram atacados e responderam à ação criminosa. De acordo com eles, não aconteceram execuções sumárias, como relatam moradores e testemunhas. A polícia fluminense decretou sigilo sob as investigações por prazo de cinco anos. Isso está sendo questionado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A polícia alega que um eventual vazamento de informações da investigação poderia prejudicar o andamento da apuração.
O MP do Rio, por sua vez, não descarta a possibilidade de ouvir os policiais que participaram da operação e acionar a Justiça para ter acesso detalhado às investigações da ação. O Ministério Público também segue uma apuração autônoma e independente para apurar o caso. O sigilo sob as operações da polícia vale também para todas as intervenções que aconteceram durante a pandemia de Covid-19, especialmente após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de regra a atuação em áreas carentes, favelas e comunidades. Foram mais de 500 operações desde meados do ano passado, sendo que o próprio MP já abriu mais de 40 investigações. Nenhuma delas foi finalizada até o momento.
Jovem Pan
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