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terça-feira, 16 de novembro de 2021

Kirchnerismo sofre catástrofe eleitoral nas primárias argentinas

kirchnerismo tem muito com que se preocupar. Seus candidatos a disputar assentos no Congresso em 14 de novembro perderam em eleições primárias em 18 dos 24 distritos do país, segundo os resultados oficiais.

A derrota inclui a província de Buenos Aires, reduto histórico do peronismo e responsável por 40% dos votos em nível nacional. A oposição, reunida em torno da coalizão Juntos pela Mudança, a mesma que levou Mauricio Macri à presidência em 2015, retém seus distritos tradicionais (a cidade de Buenos Aires, Mendoza e Córdoba) e ganha em províncias que costumam ser refratárias à direita, como Chaco, La Pampa, Terra do Fogo, Misiones e até Santa Cruz, berço político do kirchnerismo.

Os resultados representam um duríssimo golpe, de consequências até imprevisíveis, para o Governo de Alberto Fernández, que de certa forma submetia sua gestão a um plebiscito nestas eleições primárias. O triunfo oposicionista coloca o prefeito da capital, Horacio Rodríguez Larreta, na corrida pela presidência em 2023.

O presidente Fernández admitiu a vitória da oposição em um pronunciamento ao lado dos principais candidatos e da sua vice, Cristina Fernández de Kirchner. “Algo não fizemos bem para que as pessoas não nos tenham acompanhado, e todos os que estamos aqui escutamos o veredicto. Há uma demanda que não satisfizemos, e à qual prestaremos atenção a partir de amanhã”, disse. “A campanha acaba de começar e faltam dois meses [para as eleições legislativas]. Tenho dois anos de Governo pela frente, e não vou cruzar os braços. Peço humildemente que nos ajudem. Vamos em frente, que em novembro vamos virar esta história”, concluiu o presidente, que assumiu sozinho o discurso da derrota.

Os argentinos participaram este domingo(14/11) de um original experimento eleitoral, com a escolha dos candidatos em eleições primárias, abertas, simultâneas e obrigatórias (conhecidas pela sigla PASO). Essa votação se torna um referendo sobre o Governo da vez, e os peronistas estavam conscientes das dificuldades que enfrentavam: economia em queda livre, resultado de três anos de recessão e a paralisia pela pandemia, erros não forçados de Alberto Fernández e seu entorno e disputas cada vez mais evidentes no interior da coalizão, com Cristina Kirchner como protagonista.

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