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terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Isto assusta a nós brasileiros: China amplia vigilância de redes sociais ocidentais

 Xi Jinping é o líder da ditadura chinesa

Partido Comunista tem o objetivo de modelar a opinião pública por meio da propaganda e da censura

Por Revista Oeste

A China está vigiando as redes sociais ocidentais, incluindo o Facebook e o Twitter, para informar seus órgãos governamentais, militares e policiais sobre possíveis alvos estrangeiros. A informação foi divulgada ontem, sexta-feira 31, pelo jornal norte-americano The Washington Post.

O Partido Comunista Chinês (PCC) mantém uma rede nacional de serviços de vigilância de dados, chamados Softwares de Análise de Opinião Pública, que foram desenvolvidos na última década para alertar os integrantes do governo sobre as informações politicamente sensíveis ao país asiático.

O programa tem como alvo principalmente os usuários de internet domésticos. No entanto, os documentos analisados pelo The Washington Post mostram que, desde o início de 2020, os softwares começaram a coletar dados de possíveis alvos estrangeiros a partir do Twitter, Facebook e outras redes sociais.

Em junho de 2020, o Twitter suspendeu cerca de 23 mil contas ligadas ao Partido Comunista. Os usuários estavam secretamente espalhando propaganda para minar os protestos pró-democracia em Hong Kong. Em dezembro de 2021, o Twitter removeu mais 2 mil contas ligadas a Pequim.

Segundo o The Washington Post, o novo sistema de vigilância de dados está sendo adquirido pelas agências de notícias do governo, pelos veículos de imprensa estatais, pelos departamentos de propaganda, pela polícia, pelos militares e pelos reguladores cibernéticos.

O software, avaliado em US$ 320 mil, busca informações através do Twitter e do Facebook para criar um banco de dados de jornalistas e acadêmicos estrangeiros. Também faz parte da rede de vigilância de Pequim um programa de Inteligência, avaliado em US$ 216 mil, que analisa as conversas de potências ocidentais sobre Hong Kong e Taiwan (duas ilhas democráticas cobiçadas pelos comunistas). Por fim, há um centro cibernético instalado na região de Xinjiang para catalogar informações na língua dos uigures — a minoria muçulmana que é perseguida pela ditadura comandada por Xi Jinping.

Leia também: “Cem anos de opressão”, reportagem de Dagomir Marquezi publicada na Edição 67 da Revista Oeste

Parte do orçamento do PCC é destinado à compra de contas de redes sociais estrangeiras para que sejam usadas pela polícia e pelo departamento de propaganda do governo chinês. Isso permite que a análise de possíveis alvos localizados no exterior seja mais detalhada.

Essa rede de vigilância inclui desde softwares simples e automatizados até projetos que custam centenas de milhares de dólares. Também fazem parte desse projeto intelectuais e especialistas em política externa.

Todas as operações descritas acima têm uma função importante para Pequim. O Partido Comunista chama essas atividades de “Trabalho de Orientação da Opinião Pública”, que visa a modelar o sentimento das pessoas, por meio da propaganda e da censura, em favor da ditadura chinesa.

É difícil definir com exatidão a quantidade de integrantes dessa rede de vigilância. Em 2014, o jornal China Daily informou que mais de 2 milhões de pessoas trabalhavam como analistas de opinião pública. Em 2018, o periódico People’s Daily mostrou que a indústria de vigilância valia dezenas de bilhões de iuanes, o equivalente a bilhões de dólares, com crescimento anual de 50%.

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