A revista Época
que a Odebrecht decidiu fazer um acordo de delação premiada. A difícil
discussão é quanto entregar: se está disposta a dar o que a Lava Jato já
tem, para fechar casos, ou se vai abrir novos casos, com a revelação de
outros políticos, partidos e obras. Como é usual, a Odebrecht decidiu
começar por oferecer o mínimo possível. Os procuradores do Paraná não
ficaram surpresos. Eles já avançaram incisivamente na Odebrecht e tinham
convicção de que o dia da capitulação chegaria. De antemão, já sabem as
principais condições para negociar: que a Odebrecht desista dos
processos na Suíça, que impedem a remessa de provas de pagamentos de
propina a políticos de vários partidos e outros funcionários da
Petrobras e de órgãos públicos ainda não mencionados.
A Odebrecht já se comprometeu, no acordo de delação por vir, a
entregar provas para a investigação sobre o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, a quem contratou para fazer diversas palestras pelo
mundo, e fornecer provas de financiamento ilegal de recursos para as
campanhas da presidente Dilma Rousseff, inclusive a extensão total dos
pagamentos ao marqueteiro do PT, João Santana, no Brasil e no exterior.
Os procuradores já sabem informalmente o tamanho das provas que seus
colegas suíços obtiveram, mas a remessa não foi feita. Se a Odebrecht
colaborar, a remessa dos documentos será mais rápida. O esquema
descoberto pela Lava Jato será mais esmiuçado e comprovado. “Eles (a
Odebrecht) têm como facilitar o acesso a boa parte dos seus comprovantes
de pagamentos de que precisamos”, diz um dos principais integrantes da
Lava Jato.
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