O presidente do Sindicato dos Policias Federais no DF, Flávio Werneck, que levou um dossiê
para o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, contendo informações
contra o juiz Sérgio Moro e investigadores da Operação Lava Jato é
ligado ao PDT, partido aliado ao governo da presidente Dilma Rousseff.
Em 2014, Werneck disputou mandato de deputado federal pela legenda, sem
sucesso. A Coordenação de Assuntos Internos da Corregedoria da PF deverá
instaurar investigação para apurar sua conduta nesse episódio do
dossiê, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.
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Werneck
já ocupou na gestão do governador Agnelo Queiroz (PT) o cargo de chefe
da diretoria de assuntos estratégicos da corregedoria de saúde. O
petista deixou o governo em 2014 em meio a vários escândalos de
corrupção, inclusive na área da saúde.
Delegados
da PF já identificaram no seu quadro pessoas com a intenção de produzir
dossiês contra investigadores que atuam na Lava Jato, mas não tinham
conhecimento do episódio envolvendo Werneck que também é vice-presidente
da Federação Nacional dos Policiais Federais, que representa os agentes
da PF. A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF)
irá divulgar nota nesta segunda-feira, dando apoio aos trabalhos dos
delegados que atuam na Lava Jato e cobrando explicações de Werneck. "A
entidade que ele dirige não representa os delegados", diz a nota.
Werneck
justificou que apresentou o caso ao Planalto por se tratar de uma
denúncia grave. "Temos um problema de anacronismo na investigação que já
tem dois anos e vem pegando pontos-chave de empresas e do governo. Isso
afeta diretamente a economia", disse ele a VEJA. No dossiê, a acusação é
de que Moro e os outros envolvidos na Lava Jato estão a serviço de um
grande plano do PSDB para implodir o PT e o governo. O ministro Jaques
Wagner teria dito que encaminharia o dossiê para um promotor baiano de
sua confiança dar sequência ao assunto.
(Com Estadão Conteúdo)
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