A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolou nesta segunda-feira
na Câmara dos Deputados um novo pedido de impeachment contra a
presidente Dilma Rousseff, mais amplo do que o que já está em análise na
comissão especial formado por 65 deputados.
Em
entrevista à BBC Brasil, o presidente da instituição, Claudio Lamachia,
não apontou um ato específico de crime de responsabilidade cometido
pela presidente. Segundo ele, o Conselho Federal da OAB entendeu que
Dilma deve ser processada pelo “conjunto da obra”.
“A convicção da OAB, ao distribuir essa nova peça (pedindo o
impeachment), é uma decisão técnica. A Ordem não se envolve em questões
políticas, ideológicas ou partidárias”, afirmou,
Ele rechaçou também comparações do atual cenário político com o golpe
militar de 1964. "Nós hoje vivemos em uma democracia que está
absolutamente consolidada, nossas instituições são fortes. Eu não vejo
mínimo risco de retrocesso em nossa democracia", observou.
"Não há uma decisão técnica a respeito de um processo que é político. O
impeachment é um processo político e jurídico. Quanto mais votantes,
mais democrática é a decisão (da OAB)”, disse
BBC Brasil - O que pode resultar da comissão da OAB que analisa os grampos dos advogados de Lula dentro da operação Lava Jato?
Lamachia -
Pode levar a uma série de questões. Se nós detectarmos efetivamente
interceptações telefônicas ilegais entre advogados e clientes, a OAB
estará se manifestando fortemente, inclusive junto ao Conselho Nacional
de Justiça.
BBC Brasil - Pode ser uma mácula para a Lava Jato?
Lamachia -
Seria uma mácula para qualquer investigação, na medida que nós
detectarmos eventual descumprimento da lei. A lei 8.906 é clara no
sentido de proibir qualquer interferência no contato do advogado com seu
cliente, seguramente isso demonstraria uma ilegalidade. Ilegalidades
devem ser combatidas.
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