Não sei o que estarão aconselhando a Dilma Rousseff seus melhores amigos e conselheiros nestes dias que ela qualificou de “tormento”, e nos quais revela ter poucas esperanças de ser absolvida pelo Senado.
E sei menos ainda o que estará pedindo sua consciência, talvez dividida entre passar para a história como vítima política ou escolher o caminho da renúncia, que não significaria admissão de culpa, mas um gesto de generosidade capaz de apaziguar os ânimos inflamados da sociedade.
Mulher de caráter, que já demonstrou não ter medo nem em momentos de perigo físico, é natural que o corpo lhe peça para resistir e continuar proclamando sua inocência e o que ela considera um golpe.
Se, diante de si mesma, isso pode parecer uma postura nobre, diante da realidade da História pode ser diferente, já que, como sentenciou o perspicaz político italiano, Giulio Andreotti, “o poder corrompe só a quem não o tem”.
A política é nobre e cruel ao mesmo tempo. E, assim como no firmamento os astros giram em torno dos mais fortes e mais densos, também nela o poder real acaba atraindo tudo a seu redor e deixando na sarjeta quem o perdeu.
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